Universo Jatoba

Não me lembro quanto tempo faz quando  assisti a um filme que se passava em Londres lá pelos  anos 60. Um alto funcionário, na casa do 40 anos,  teria recebido subornos e alguém levantou suspeitas.

Durante a investigação, que estava sendo feita por algum departamento, acredito eu, equivalente ao nosso Ministério Público, levantaram  os bens pessoais do investigado e de membros da sua família, sua vida social, gastos em geral, etc. Em seguida, compararam  esses dados com os rendimentos dele  e…bingo!

Havia uma grande discrepância entre os bens, hábitos de consumo e a renda. O cara foi convocado para dar explicações. Não convenceu, foi preso, julgado e condenado à prisão. Seus bens foram confiscados e ele perdeu o emprego.

Interessante: O filme começa com um velhinho saindo da prisão e tomando um ônibus. Durante a viagem, ele começa a lembrar os acontecimentos…

Penso sobre a gigantesca bandalheira que existe no nosso país, com políticos, funcionários públicos, fiscais e afins ficando milionários e não se faz nada. Quando são pilhados, alegam que ganharam na loteria, fizeram excelentes negócios imobiliários ou que seus negócios de venda de sanduíche natural na praia e sem nota, geraram suas fortunas! É óbvio que eles foram corrompidos por alguém, mas isto é um outra história.

Na empresa privada, na maior parte dos casos, o mínimo que acontece é o empregado perder o emprego. Nem sempre o caso é levado à polícia. Ninguém gosta de ver sua empresa bisbilhotada.

Não sei se nossa legislação fala sobre sinais exteriores de riqueza, mas o Ministério Público bem que poderia e deveria investigar quem apresenta sinais de riqueza incompatíveis com sua renda.

E daí?

 

Putz da Vida é Engenheiro Civil e Eletricista, pós-graduado em Administração de Empresas com especialização nos EUA. Após um breve período na construção civil, trabalhou durante mais de 40 anos como executivo. Aposentado, faz consultorias eventuais e estuda música.

Putz da Vida escreve aos domingos aqui no Universo Jatobá.