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Na Amazônia, empresa aposta em sociobiodiversidade e apresenta seus projetos

por Carolina Pain

A Natura convidou, na última semana, cerca de 40 jornalistas de todo o país para conhecer um pouco mais do trabalho que executa na região da Amazônia e aproveitou o momento para lançar a nova coleção Natura Ekos Amazônia, produtos feitos com ingredientes da região, em parceria com comunidades.

A aposta na sociobiodiversidade hoje conta com a parceria de 25 comunidades, sendo mais de 2.500 famílias que trabalham na plantação, colheita e processamento os óleos necessários para os produtos Natura.

O Universo Jatobá participou dessa viagem e pôde conhecer como acontece essa parceria, bem como os projetos sociais no local e toda a parceria da empresa com as comunidades que vivem na Amazônia.

O destino do grupo foi o Pará, onde está também o Ecoparque, fábrica da Natura no meio da floresta, todo montado pensando na sustentabilidade de reúso de recursos naturais. Atualmente, a instalação é responsável pela produção dos sabonetes Natura, incluindo o da nova coleção Ekos Amazônia.

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Comunidade Jauarí

A Natura levou a imprensa para conhecer uma de suas comunidades parceiras, a Jauarí, situada no Rio Moju, no Pará.

O calor é algo impressionante na região. Definitivamente, não há protetor solar, chapéu, óculos de sol e roupas leves que ajudem a aguentar o clima! Pegamos uma estrada de terra até chegar ao local – umas três horas aproximadamente – e a sensação foi de um verdadeiro Rally.

Ao chegar, o primeiro choque cultural. Por mais diferente que fosse, a impressão é de que fazíamos parte daquilo de alguma forma, já que somos brasileiros dessa mesma terra tupiniquim. Os moradores da região nos receberam com uma música de boas vindas. Me senti na “gringa” dentro da minha própria terra – que admito também nunca ter conhecido apesar dos quase 30 anos de idade.

O local, apesar de simples, era extremamente acolhedor, tanto pelas árvores, quanto pelo rio e seus moradores, que estavam felizes com a nossa presença.

O grupo composto por cerca de 25 famílias cultiva açaí, murumuru, andiroba e cacau.

“A chegada da Natura mudou a nossa vida. Antes, vivíamos só do açaí e não tínhamos como vender nosso produto sempre. Agora também cultivamos murumuru, andiroba, e aprendemos as técnicas para cultivas e ainda assim preservar a nossa terra”, contou Francisco José Ferreira Pereira, presidente da comunidade.

Logo depois de uma breve apresentação, fomos divididos em grupos para uma trilha, onde pudemos acompanhar de perto como funciona o plantio e o cultivo dos produtos da região. Ao contrário do que era imaginado, o percurso foi bem tranquilo – sim, eu estava esperando uma trilha cheia de obstáculos e animais típicos da Amazônia… Nada mais comum para alguém que, no máximo da liberdade, brincava na rua asfaltada durante a infância.

Enquanto mostrava a plantação, o presidente também contou que, antes da parceria, eles não tinham condições financeiras para comprar um barco que pudesse levar os produtos para Belém. “Hoje temos barcos e temos até uma geladeira”, afirmou todo contente.

Além disso, Francisco também contou que a empresa instalou um centro digital na Comunidade Jauarí, disponibilizando cursos para a comunidade. “Agora as pessoas sabem da nossa existência. Tem gente do país todo usando nosso açaí”.

Nesse ponto, surgiram alguns pensamentos curiosos: deparei-me reconhecendo a dificuldade que aquelas famílias passavam por morar tão longe da chamada “civilização”. Afinal, eu não acho que já dei a devida importância para uma geladeira e… Barco, isso só passa pela minha cabeça quando penso em viagens com amigos “ostentação”. Jamais pensei nele como um meio de transporte que facilita a vida e o comércio.

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Voltamos para o local e, antes do almoço, a Dona Maria Creuza Lima Pereira, mulher de um dos fundadores, já falecido, preparou o açaí fresquinho para acompanhar a refeição. Enquanto processava as frutas numa máquina – também adquirida depois da parceria – ela falou um pouco sobre seu dia-a-dia.

“Aqui temos tudo, mas sempre contamos com os bichos, a natureza, que plantava para a gente e a gente só colhia para comer. Agora a gente não espera mais os bichos, a gente vai lá e planta. Isso ajudou a gente a ter uma nova visão do que podemos fazer e como crescer. Temos um rumo e um futuro”, disse, enquanto colocava o açaí numa máquina, também nova no local.

O almoço foi regado a peixe da região, tucupi, mousse de cupuaçu e suco de taperebá.  Tudo em fartura e uma delícia.

Foi então que, depois de provar aquele comida deliciosa e repousar numa rede até que o nosso barco nos levasse de volta para Belém, que uma nova leva de pensamentos chegou. A qualidade de vida daquelas pessoas, apesar da falta de tecnologia, transportes potentes ou mansões, eu poderia viver ali para sempre. Naquele local não falta água, não falta alimento e, meu Deus, que delícia repousar numa rede depois de um almoço.

Às vezes pensamos tanto em tecnologias e coisas que “facilitam a nossa vida” que nos esquecemos do que de fato é importante e precisamos. Viver naquela comunidade, com aquela paisagem, a natureza à favor e zero poluição é muito mais qualidade de vida do que temos em nossos apartamentos de 48 m², mesmo que tenha área de lazer.

Antes de partir, as mulheres da comunidade fizeram uma apresentação com música típica local, o Carimbó, e ainda fizeram com que entrássemos na roda. Foi divertidíssimo, apesar de não levar muito jeito para a coisa…

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Projeto Amazônia

Sobre essa inclusão das comunidades, Renata Puchala, Gerente de Sustentabilidade da Natura, contou, durante a nossa volta de barco para Belém, que a ideia é trazer uma visão de médio a longo prazo para as comunidades, além de capacitar os moradores para a produção e comércio.

“O maior problema que essas comunidades enfrentam são os atravessadores, que chegam a compram o produto por preços baixos. A Natura ajuda a montar um preço justo, que também estamos dispostos a pagar”, contou.

Renata ainda disse que é gratificante ver as comunidades entendendo que eles são capazes de ter autonomia. Ela afirmou: “Não atuamos como âncoras nesses locais, mas sim como alavancas. A ideia não é que eles sejam dependentes da Natura, mas sim parceiros e produtores. O trabalho é mútuo e a troca é constante”.

O ponto principal não é apenas fazer um sabonete legal. Mas sim que é algo bacana que é feito na Amazônia. O produto é feito a partir do murumuru ou qualquer outro ingrediente que veio ali, daquela comunidade que até ontem não tinha luz elétrica. Hoje ele está na casa de pessoas de todo o país.

Até 2020, a empresa deve movimentar R$1 bilhão para implantar o Programa Amazônia e aumentar de 10% para 30% a quantidade de matérias-primas provenientes de lá, que serão usadas em todos os produtos da marca.

Confira as imagens:

Fotos: Carolina Pain/Universo Jatobá © 2014

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