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Meritocracia

por Putz da Vida

Meritocracia (do latim meritum, “mérito” e do sufixo grego antigo κρατία (-cracía), “poder”)1 é um sistema de gestão que considera o mérito, como aptidão, a razão principal para se atingir posição de topo. As posições hierárquicas são conquistadas, em tese, com base no merecimento e entre os valores associados estão educação, moral, aptidão específica para determinada atividade. Constitui-se uma forma ou método de seleção e, num sentido mais amplo, pode ser considerada uma ideologia governativa. Fonte: Wikipédia

Durante as várias manifestações havidas ultimamente, vi na televisão uma cena de uma passeata dos professores no Rio de Janeiro que me deixou perplexo. Um dos participantes carregava um cartaz com a frase (pasmem!): “Abaixo a meritocracia”. Isto mesmo. Eles são contra as promoções de colegas mais competentes, mais esforçados, menos faltosos, ou seja, são contra os que têm melhor desempenho, mais mérito e, por isto, deveriam merecer mais. Para esta categoria de funcionários públicos e, muito provavelmente, para as demais categorias de funcionários públicos, as promoções deveriam obedecer a outro critério que não o merecimento. Quais seriam então estes critérios? Eles querem que as promoções sejam automáticas e só por tempo de serviço? Indicações de padrinhos? Que enorme prejuízo paro o país! Ioschpe, especialista em educação disse: “Temos de ter um sistema de meritocracia: se as vagas são tão poucas, que sejam para os melhores”.

Mesmo quando se trata de empresas privadas, existem dispositivos na Lei Trabalhista que dizem que, para funções iguais, as remunerações e benefícios também devem ser iguais. Os sindicatos estão sempre muito atentos. Não se pode pagar mais para os mais assíduos, para os que produzem mais, ou com menos perdas. Os melhores são logo chamados de puxa-saco, escravo, trouxa e outros adjetivos pejorativos. A única forma de pagar mais para os melhores é a promoção para supervisor, encarregado ou chefe. Algumas vezes, nestes casos, um excelente operário não pode ser promovido a supervisor, pois não mostra habilidades profissionais e pessoais para o cargo de chefia. Acontece que uma empresa pode errar ao avaliar as qualidades de uma pessoa e a promove a chefe. Como, por Lei, esta pessoa não pode ter seu salário reduzido e, portanto, não pode voltar à sua antiga função, para a empresa só resta o recurso de dispensá-la. Resultado: todos perdem.

Um fato para mim intrigante e que mereceria ser melhor estudado, talvez por sociólogos ou estudiosos de outras ciências comportamentais, é que  este sistema que defende a igualdade de remuneração para pessoas com a mesma função e qualidades diferentes  e que é  tão veementemente defendido pelas associações de classe e sindicatos, nunca , pelo menos que eu saiba, colocou-se contra ou fez alguma crítica  sobre os astronômicos ganhos de alguns artistas, cantores populares e jogadores de futebol. Você já pensou nisso? No caso dos jogadores de futebol, todos são empregados e até recolhem INSS.

Será que nestes casos, e somente nestes casos, é que se aplica o conceito de que os melhores devem ganhar mais?

 

Putz da Vida é Engenheiro Civil e Eletricista, pós-graduado em Administração de Empresas com especialização nos EUA. Após um breve período na construção civil, trabalhou durante mais de 40 anos como executivo. Aposentado, faz consultorias eventuais e estuda música.

Putz da Vida escreve aos domingos aqui no Universo Jatobá.

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