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Conversa com a Jatobá recebe Cidade Negra

por Universo Jatoba

1º bloco

Rosana – Oi pessoal, boa tarde. Está começando o Conversa com a Jatobá, um programa em que você fica sabendo o que está por trás do seu ídolo, projetos sociais, projetos ambientais, compromisso com o bem. Pessoas de bem procurando fazer um mundo melhor. Hoje eu tenho a honra de receber aqui no estúdio uma das maiores bandas deste país, que tem uma pegada forte do reggae, mas também passeia pelo pop e pelo soul. Eu estou com Toni Garrido, com o Bino e o Lazão. Boa tarde para vocês, obrigada por estarem aqui comigo.

Toni Garrido – Boa tarde, a honra é toda nossa.

Lazão e Bino – Boa tarde, Jatobá, prazer enorme estar aqui.

Toni Garrido – Muito bacana agora ver a sua vertente na Rádio também assim e poder te sentir na Rádio, né?

Rosana – É … Você me acompanhava na previsão do tempo na Tv?

Toni Garrido –  Ali era só uma parte linda, pequenos segundos de uma beleza inesgotável e que deixava todo mundo feliz ali diante da telinha, mas a gente sabe que você é uma grande jornalista e que vai mundo além da previsão do tempo, né? Que ali era um quadro só e felicidade de poder te ouvir aqui na Rádio.

Rosana-  Quero mostrar para os nossos ouvintes que são 28 anos de estrada, inclusive, esta música que foi introduzida agora se chama “Estrada” e que resume um pouco da dificuldade, das adversidades, desse caminho duro que vocês atravessaram para serem hoje uma banda reconhecida aqui no nosso país.

Toni Garrido – É, eu acho que em relação à Estrada, nada mais justo, por exemplo, do que falar que em e 28 anos, várias coisas aconteceram na banda, várias passagens diferentes, relâmpagos ou não, dentro da banda, mas Bino e Lazão  estavam sempre aí. Eu já vi um ou outro quase jogando a toalha, já vi, diz que não, mas eu já vi. . Eu acho que o histórico da banda é realmente muito positivo, mas já teve momentos muito difíceis tanto no início, quanto no meio e agora não tá nada difícil. Tá tudo realmente muito lindo, a gente só tem o que agradecer e pedir pros dias continuarem assim.

Rosana – O Bino e o Lazão estão aí desde o início, né, 28 anos juntos, mas você, Toni, teve um período em que você se ausentou da banda para cuidar de outros projetos. Você passou quanto tempo fora?

Toni Garrido – Eu fui expulso por 3 anos. (risos)

Rosana – O que é que você fez para ser expulso assim do time?

Toni Garrido – Ah, eu devo ter feito bastante coisa, mas depois eu voltei…

Rosana – O filho pródigo à casa retorna.

Lazão – Na verdade, ele pediu licença.

Rosana – É? Ele deixou as portas abertas para voltar?

Bino –  totalmente. Se é amizade, a coisa fica verdadeira.

Rosana – Irmandade.

Toni Garrido – Eu tenho certeza que o ideário da Cidade Negra, a bandeira, sabe quando você escreve falando de amor, falando de paz, falando de consciência ecológica, de consciência de justiça social, é mais forte do que qualquer movimento que a gente possa vir a fazer. Que naturalmente a gente tá fazendo o tempo inteiro, alguém tá fazendo uma peça, uma novela ou produzindo no estúdio, mas essa fome de justiça, essa vontade de ver as coisas mudarem, ver o mundo mudar para melhor, né? Ver justiça para todos, ver igualdade, ver o fim da corrupção, o fim da miséria, sabe…e hoje em dia é raro ver alguém com um ideal…

Rosana – Um propósito, né? Usar o trabalho com esse propósito.

Toni Garrido – Buscar um espelho sabe, ainda mais assim…nos dias de hoje, a ganância, a fome de poder, a vaidade tá acima de tudo, entendeu? Então quando você tem um ideal, você começa a deixar muita coisa de lado para ver o bem comum, para ver todo mundo feliz. Essa é a bandeira do Cidade Negra.

Rosana – Muito bem. Vocês são fieis a esse propósito mesmo, eu acompanho a carreira de vocês. Nas letras isso é muito evidenciado. Essa sede por justiça para revelar um Brasil que muita gente não conhece e que ainda precisa passar por muitas melhorias. Mas, Toni, nesse período que você passou fora, foi para se dedicar à carreira como ator?

Toni Garrido- quando me entrevistavam e tal…falavam: “E aí, conta aí, você saiu, por quê? Teve briga?”. E eu o tempo todo driblando esse caminho de fofoca ou de falar mal. Até aquele dia eu tinha conquistado tudo, eu era absolutamente pleno dentro do meu trabalho, da minha profissão, meu trabalho me deixava muito feliz, muito realizado, então o meu trabalho agora era continuar sendo tão feliz quanto. Como é que eu fui tentar ser feliz? Primeiro não tentando fazer um novo Cidade Negra ou tentando fazer um novo trabalho de reggae. Eu sabia que provavelmente um trabalho de reggae eu não ia conseguir fazer tão bem quanto o que eu levei 20 anos fazendo.

Rosana – Até porque  vocês são a grande referência do reggae no Brasil.

Toni Garrido- Eu sei  que a minha intimidade, o meu jeito de fazer reggae, a busca que a gente traçou e chegou, me leva a fazer reggae melhor com eles, então eu sabia que ia ser uma frustração fazer um reggae diferente com outro grupo de reggae. Então eu fui fazer um álbum, um novo CD, que não tinha reggae, mas que tinha música black que é o que eu seu fazer, que é o que eu gosto de fazer e que reggae se inclui nisso, fiz um álbum e fiz duas novelas, fiz comercial, fui trabalhar, fui ganhar minha vida, porque eu tenho filhos, um montão de barriguinha para alimentar, a felicidade para buscar e eu sabia que tinha que continuar. Ao mesmo tempo, o Cidade Negra não parou, quando se pensava que fosse ficar baqueado…a gente comprova que não existe a questão do insubstituível. Existem situações, pessoas insubstituíveis, mas não funções insubstituíveis.

Rosana – Até porque foi um trabalho consolidado ao longo de muitos anos, né? Um sucesso atrás do outro. Todo ano vocês emplacavam uma música, que embalava o Brasil. Eu já namorei muito ao som da Cidade Negra, já dancei muito, sou fã incondicional.

Toni Garrido – Muita honra.

Lazão e Bino – O prazer é todo nosso.

Lazao- O Cidade já teve outras formações, né? Tivemos o primeiro e o segundo disco “Lute para Viver” e o “Negro no Poder” com Rás Bernardo, que saiu logo no segundo disco e aí entrou o Toni, que está…a irmandade, a química da Coca-Cola, sabe quando dá, aquela coisa que dá certo e não tem igual…e junto com amizade, junto com o prazer de estar junto, sabe, então, assim, ele estava fazendo um trabalho no Cidade como se fosse filhos fora do casamento…em casamentos diferentes, né?

Rosana – Uma aventura.

Lazão – Exatamente. Que de repente a gente para e cai a ficha, a gente fala: meu irmão, vamos sentar para trocar uma ideia…vamos ver a amizade primeiro…

Rosana – Mas que bom que vocês tiveram essa compreensão da necessidade dele expandir de outra forma, buscar outras mídias, fazer outras coisas e voltar, né?

Toni Garrido – Eu acho que essa compreensão, a gente até hoje está tendo porque na realidade, a compreensão que a gente teve naquele momento foi a seguinte: olha só, ninguém prende ninguém e a gente só tem que fazer as coisas quando as energias estão muito fechadas. Nesse momento, se a energia não tá fechada, o que a gente pode fazer? Só não pode ser mentiroso com o público e ficar cantando. Então, naquele momento, se não estava existindo sejamos sinceros, vamos à vida. E aí a vida mostra para a gente que o que a gente precisava era três anos para ir à vida, para respirar, para ter esse tempo, para descansar.

Bino – Até porque essa formação já estava vindo de 5 CDs já, 5 turnês diferentes, então, não tinha férias.

Rosana – Entendi. Umas férias conjugais mesmo.

Bino – Chegou uma hora que tinha que dar uma respirada, ver a família, os filhos, passear um pouquinho.

Rosana – Exatamente. Ter seu próprio tempo para repensar, para se reciclar…

Toni – Sair, fazer Rádio.

Rosana – Fazer Rádio, fazer internet, escrever um livro (risos). E agora vocês estão lançando o “Hei, Afro”, o novo álbum, são 13 faixas inéditas, né? A maioria inéditas e o interessante é que ele foi mixado na Jamaica, vocês foram beber na fonte. Como é que foi essa experiência?

Lazão – A Jamaica sempre foi uma referência pro Cidade desde o início porque quando a gente começou a ouvir reggae ou, na realidade, até antes da gente ouvir reggae, a gente já fazia um som da banda que influenciava a gente lá da baixada, a Negril…das influências de Gilberto Gil, Djavan, do que a gente conseguia ouvir e quem ouvia falava: “Cara, isso aí é reggae”. Aí buscamos o conhecimento do reggae, vimos que realmente é uma música engajada na paz de espírito e na justiça social devido à dificuldade do jamaicano com a colonização inglesa, de luta…de uma série de coisas, tudo a ver com a nossa realidade na baixada fluminense, em Belford Roxo. Então a gente abraçou o ritmo como bandeira mesmo de combate.

Rosana – E foi o grande diferencial da carreira de vocês…

Lazão – Foi o grande diferencial, a gente não quis fazer um reggae igual o jamaicano, um reggae igual ao inglês…tem que ser um reggae brasileiro .

Rosana – Adaptado às nossas vivências, ao que a gente pensa aqui. E nesse novo álbum “Hei, Afro”, vocês voltam à cena com uma turnê, que vocês consideram a primeira turnê sustentável do Brasil. Esse assunto me interessa muito, nosso programa é sobre sustentabilidade.

Toni Garrido – Olha o seu nome, né? Jatobá.

Rosana – Jatobá é a árvore que mais sequestra carbono na atmosfera, é a faxineira do ar. Você sabia?

Toni Garrido – É verdade.

Rosana – Mas isso a gente vai deixar para o próximo bloco. Eu vou revelar para vocês porque que essa turnê é considerada a primeira turnê sustentável do Brasil, o novo álbum do Cidade Negra, “Hei, Afro”. Daqui a pouco a gente volta.

2º bloco

Rosana – Meninos, vocês estão cantando “Girassol” que foi um dos grandes sucessos  do Cidade Negra. Mas vamos aqui no Conversa com a Jatobá divulgar também o novo álbum, “Hei, Afro”, que é considerada a primeira turnê nacional sustentável, 100% sustentável do Brasil. Explica para os nossos ouvintes o que é uma turnê sustentável?

Toni Garrido – O álbum em si, o Hei, Afro é a discussão sobre diáspora. Era uma coisa que a gente há muito tempo está querendo falar ,  que seria a volta, o retorno. Diáspora seria o retorno. No caso da diáspora africana seria simbolicamente o retorno de todo negro às suas origens na África ou de todos os filhos da África que saíram da África, um retorno à África. E aí a gente entende esse retorno. Não necessariamente um retorno físico e primeiro, não estamos falando dos negros espalhados no mundo. Estamos falando de todas as pessoas já que o conceito da África ele é muito mais “pan” do que a gente está falando. Não é só um continente. O lugar onde teve a primeira pessoa no mundo, quando ainda era a Pangeia, quando ainda não tinha a divisão dos oceanos, tinha um lugar que era o lugar mais quente da Terra.

Rosana – O núcleo da Primazia, de onde tudo surgiu né?

Toni Garrido – O núcleo da primazia, exatamente isso. Dali foi feito o primeiro homem, esse homem fez uma primeira família, povoou aquele espaço e quando os mares se dividiram, quando as terras foram invadidas e divididas, invadidas pelos mares e dividindo. Naturalmente que essas famílias começaram a subir para a Europa e para a Ásia para procurar comida e começa a mudar o tipo sanguíneo, começa a mudar a cor da pele, a cor do cabelo e vai explicar o nascimento da raça humana. Então, vem todo mundo da África portanto, somos todos filhos da África. Negros, brancos, amarelos, vermelhos, todos nós viemos de lá. Então, esse conceito da diáspora  seria em casa. a nova África é a nossa casa que é você passar pro seu filho um pouco dessa história, um pouco da influência desse continente, desse povo, na comida que você consome, na dança, na força de trabalho, na herança cultural misturada pro mundo inteiro. Então esse seria o conceito da diáspora do “Hei, Afro” e tá tudo aí, é um álbum de reggae do Cidade Negra, o novo álbum de reggae.

Lazão – Tem uma outra ótica também do chamado “Hei, Afro” né?! Que chama você para uma atenção e uma preocupação maior com a sua família, com o seu vizinho, com a sua comunidade, com a sua política, com o seu bairro, com o seu idoso, com a sua criança, com a sua água doce.

Rosana – Com a sua comunidade, com as pessoas que te cercam né?

Lazão – Com a sua comunidade então isso te traz uma consciência de reeducação.

Rosana – Mostrando qualidade de vida?

Lazão – Mostrando qualidade de vida e buscando um equilíbrio social melhor onde você tenha educação, onde não se tenha só uma UPP nas comunidades mas se tenha um teatro, um cinema, uma escola, uma oficina profissionalizante por exemplo.

Rosana – Condições de vida digna pra todo mundo né?

Lazão – condições de vida digna. Porque favela você pode reparar é abandono social, é herança de escravidão, entendeu? Então você vê que nas comunidades hoje em dia não é só negro, tem pessoas de todas as cores e todas as raças. É necessidade de sobrevivência então, as pessoas da forma que fazem suas casas é de forma precária, abandono totalmente. Então com a quantidade de dinheiro que rola em um país rico, que se diz rico. Com miséria? País rico não tem miséria. Entendeu? Então, é chamar “e aí galera? Vamos acordar pra nossa Etiópia lá no nordeste que há quase um ano não chove e tem uma obra que tá parada e tá sendo desviado o dinheiro para tudo quanto é lado. É uma cachoeira de dinheiro rio abaixo. Então, é o chamado de uma consciência social de política que traz para uma reeducação eco-sustentável.”

Rosana – Isso, vocês tem a pegada da consciência social, da inclusão social para que todo mundo desfrute de igualdade,  mas tem também um lado ambiental, de preservação mesmo. É por isso que nessa turnê o que me chamou a atenção é que, por exemplo, todos os elementos da turnê são sustentáveis. A começar pela iluminação do palco…

Toni Garrido – A começar pelo estilo de vida. O Bino, por exemplo, é um cara que mora em um lugar lindo, um lugar na natureza. Ele tava morando perto de Itacoatiara, naquela região oceânica ali, de Niterói porque é uma busca a natureza, o esporte que ele gosta de fazer quando tá no tempo livre dele é pegar o quadriciclo dele e ir para o meio do mato.

Rosana – Como é que você se sente Bino com essa conexão com a natureza?

Bino – Acho que a natureza pode trazer muitas coisas boas, a captação do sol por exemplo. Transformar o calor do sol em energia. Mas começa da casa também né? Você procurar aproveitar a água da melhor forma, não desperdiçando. Então, cuidando do futuro acho que você vai ter uma vida melhor. Seus filhos vão ter uma vida melhor . De não jogar lixo nos rios, de não poluir as praias. Porque você polui a praia hoje e amanhã você não tem mais a praia limpinha com a água saudável para tomar um banho. Então essa educação eu acho que parte de tudo, desde a casa, desde do que você movimenta no seu bairro, na sua vizinhança ali.

Rosana – Você é se considera um exemplo dentro de casa para os seus filhos e para os vizinhos no sentido de “olha, não desperdiça a água, energia, alimento”?

Bino – Não, não sou um exemplo não, mas me considero assim, uma pessoa preocupada com o futuro. O que vai ser amanhã se não tiver mais água, se o sol tiver esquentando demais. Acho que eu me preocupo assim do que vem no amanhã, o rio.  Você joga lixo na rua, a água que vem da chuva invade a sua casa então acaba contaminando tudo .Acho que tem que ter o cuidado com isso e as pessoas esquecem muito isso sabe? Não tem esse valor com a terra.

Rosana – E vocês nos shows, por exemplo, é o momento em que vocês tentam passar essa mensagem além de claro, no dia-a-dia como exemplo de cidadão?

Toni Garrido – Primeiro começa nessa atividade pessoal. O Lazão que é um cara que sonhava, criança, ele morava no Morro da Palmeira, na Baixada Fluminense, e sonhava que no Morro da Palmeira pudesse ter uma praia porque era o sonho da vida dele era estar perto daquela natureza, daquele mar, daqueles pássaros, de tudo mais. Então, ele levou a vida dele inteira para fazer isso. Hoje em dia, ele mora na areia praticamente. Cuida da praia que tá ali junto dos amigos dele, pratica o surf. Quer dizer, tá dentro da vida dele, dos costumes dele, essa questão ambiental e o amor por essa natureza. Quando o Bino falou do sol que pode dar energia, isso acontece com a gente. O sol bate na gente, a gente pega aquela energia inteira e começa a vibrar diferente. Isso é assim pra vida. A partir disso, a gente começou a se envolver com o ambientalismo, começou a ter um posicionamento ambiental, um posicionamento político. O nosso posicionamento político sempre foi acirrado, político propriamente dito. A gente começou a fazer ativismo ambiental e quis colocar isso na nossa música também. Como fazer isso? Agora, já temos o conceito do “Hei, Afro”, vamos fazer uma turnê. A gente já viu isso na Europa, a gente já viu isso em alguns lugares. As pessoas acabam de fazer um show e calculam o impacto ambiental daquele show que é gigantesco porque mexe com muitas coisas, muitas pessoas, muitos copos, muitos plásticos, muitos geradores, muito diesel, muito petróleo, muita coisa acontecendo, muita gente indo pra lá, gasolina queimando e barulho e buzina… É muita coisa.

Rosana – E isso representa um grande impacto, um prejuízo à natureza, né? Neutralizar significa fazer uma conta que de alguma forma vai compensar isso daí. Plantando árvores ou direcionando talvez um montante pra uma instituição, né? Pra pessoas carentes. Cada um neutraliza da forma que quer. Como é que vocês fazem então, essa compensação?

 

Lazão – Naturalmente, quando você pensa em evolução e progresso, em crescimento. Ambição imobiliária, vários tipos de éticas que passam a ser deixadas de lado em função de buscar o objetivo que se tem dentro dessa evolução. Então quer dizer, naturalmente, pra minha natureza, tudo isso é obra prima de Deus. Alguém vai ter que botar a cara, alguém vai ter que se sacrificar por isso. Se eu amo pega onda, se eu amo beber água, se eu gosto de ver tudo limpinho, se eu gosto de preservar a minha casa limpa, eu quero preservar o meu planeta limpo também. Entendeu? Então acho que não adianta você ter uma fé sem obra, então você tem que ter atividade, fazer um movimento, ir nas comunidades, “Olha você tem que respeitar, vamos dar um jeito de reciclar esse lixo, vamos limpar esse rio, vamos…” Entendeu? Você começa a fazer um trabalho de reeducação, isso vem tanto no comportamento como na alimentação também. Quando você deixa de comer carne, hoje em dia existe um monte, várias pessoas deixando de comer carne, sabendo que tem uma preocupação ecológica, que o agronegócio, você sabe muito bem disso, é um dos maiores devastadores do planeta. Tanto na plantação de soja como na criação de gado.

Rosana – É, o desmatamento né? Que é um dos graves problemas do Brasil

Lazão – Exatamente.

Rosana – Agora, esses detalhes todos dos hábitos sustentáveis do Cidade Negra, a gente vai ficar sabendo no próximo bloco. Porque tem muita coisa interessante para os nossos ouvintes e agora a gente vai ouvir mais uma música do novo álbum, “Hei, Afro”.

3º bloco

Rosana – Eu tenho a honra de receber Cidade Negra no Conversa com a Jatobá, falando não só dessa carreira brilhante, 28 anos de estrada,  mas dos novos projetos que inclui a nova turnê, a turnê sustentável do Brasil em que eles tem ações práticas , enquanto estão executando as músicas do novo álbum “Hei, Afro”. Que ações são essas, meninos?

Toni Garrido – primeiro a gente pensou em comunicação, a primeira forma de comunicar muito bem é ônibus. Então o ônibus que a gente usa,  pedimos  a frota biocombustível, normalmente eles não tem, mas a gente acha que com estímulo , daqui a pouco toda frota vai ter alguns carros com biocombustível.

Rosana – O ônibus hoje usa o diesel que é altamente poluente.

Toni Garrido – Exatamente.

Rosana – E o biocombustível polui um pouco, mas muito menos do que um veículo movido a diesel. Então essa já é uma ação importante pra evitar a poluição.

Toni Garrido – Imagina que a gente anda pelo Brasil inteiro e se todo mundo começasse a usar biodiesel , como ia diminuir o grau de poluição. Segunda, é o ônibus plotado, o ônibus faz a comunicação visual pelo Brasil inteiro nas estradas. Então você fazer essa comunicação que também vai se estender durante o local do show, nos banheiros também, algumas comunicações rápidas sobre como pode ter algumas ações tranquilas e economizar água, por exemplo. Já fechou a sua torneira? Você fecha a água da torneira enquanto você tá se ensaboando? Uma descarga já basta! Já reparou se tá pingando alguma água de alguma torneira?

Lazão – Distribuição de sacolas biodegradáveis

Toni Garrido – Na entrada do show você vê essa sacola.

Rosana – São sacolas plásticas biodegradáveis ou ecobags feitas de pano?

Toni Garrido – Sacolas plásticas biodegradáveis, esse material em três meses o meio ambiente já absorveu. Se decompōe  em três meses, caso você não jogue no lixo, ela caia do seu bolso, por exemplo, naturalmente o meio ambiente vai absorver em 50, 60, 70 anos.

Rosana – Muito mais, 400 anos pra degradar o plástico.

Toni Garrido – Toda a nossa área do camarim, a nossa área de convívio social do show, que é camarins e a parte do palco, ou seja, no que depende da gente todos os nossos copos e nossas garrafas são biogarrafas e biocopos. Além disso, Rosana, tem pessoas que dependem disso, você tem opções, tanto comerciais de gente que oficializa isso como uma empresa comercial, como você tem ações de comunidades que fazem os copos, reciclam o material.

Rosana – Ou seja, geram emprego e renda pra muitas famílias, né?

Toni Garrido – Geram emprego e renda.

Rosana – Agora o interessante é que, por exemplo, muita gente deixa de usar o copo plástico, a sacola de plástico, pra usar outros tecidos, ou vidro. Você já está um passo a frente, estimulando uma nova tecnologia que é o biocombustível e o bioplástico dos copos, é isso?

Toni Garrido – É, o que a gente estimula é que se reaproveite, que você use coisas que se reaproveite. Caso não dê pra reaproveitar, que seja rapidamente consumido pelo meio ambiente numa boa sem deixar resíduo. Então, essa é a ideia, que é uma coisa simples, mas isso é muito pessoal. Na real a gente tá falando de uma resolução profissional do Cidade Negra entre os três sócios. A gente descobriu que dá pra gente fazer o nosso trabalho com um pouco mais de dignidade, respeitando um pouco mais o ambiente que a gente vive e detonando menos, contribuindo e não detonar tanto. Fora isso, é uma coisa que é muito simples, perguntam se é mais caro, você tem que se adaptar, não é mais caro, é uma nova forma de adaptar. O nosso palco saiu muito mais barato esse ano porque a gente usou materiais reaproveitáveis, porque a gente usou madeira reaproveitável, madeira permitida,

Rosana – Certificada, né. Não aquela que advém do desmatamento da Amazônia que é o grande problema hoje no Brasil. Então esse é um toque interessante para o nosso ouvinte, quando for comprar um móvel procurar saber se aquele móvel tem certificação, se ele vem de uma área que não foi desmatada. Ou então, buscar um móvel que já foi usado, dar uma reciclada, não precisa você sair consumindo exageradamente. Você tem como viver bem aproveitando o que já existe.

Toni Garrido – E tem o estímulo porque essa turnê, primeiro, a gente não tá querendo ser nem o primeiro, nem último, a gente tá querendo ser parte disso. Então, vai ser muito legal se daqui a alguns anos essa nossa experiência der certo, a gente descobrir que metade do showbiz brasileiro é sustentável, porque o showbiz detona pra caramba, como tudo detona, como a tua loja detona, como a tua casa. Já pensou pra pensar na sujeira que você produz, você pessoalmente produz num dia? Você tem noção, você tem controle do que você produziu de lixo, pra onde é que foi?  Imagina isso em escala gigantesca. Mas a gente depende dos contratantes, que os contratantes acreditem nisso também, que eles comprem os copos, ele tem a opção de comprar no supermercado o copo plástico e tem a opção de agendar três opções diferentes pra ele comprar.

Rosana – É uma exigência de vocês?

Toni Garrido – Não, a gente coloca como uma preferência.

Lazão – A gente tá rodando o Brasil com essa turnê pra tentar levar uma educação, então a gente já sai com tudo pronto do Rio.

Rosana – Até a iluminação é de lâmpadas LED que são altamente eficientes.

Toni Garrido – Consome muito menos energia, porém o gerador ainda é de diesel, então o que a gente gostaria? A hora que a gente conseguir achar uma fórmula tranquila, sem enlouquecer as pessoas. A hora que a gente conseguir arrumar uma fórmula da energia das pessoas dançando, virar a energia das luzes, isso vai ser incrível, mas ainda não dá pra ser assim.

Rosana – Mas essa é uma tecnologia que tá a caminho, né. Muito interessante saber o quanto vocês estão antenados com as  inovações da sustentabilidade. Até o figurino de vocês é tido como sustentável?

Toni Garrido – Não, a gente tá tendo que se sustentar pra comprar o figurino. (risos) Tá quase insustentável, o ideal era vir meio Adão e Eva, peladão mesmo com uma folha de parreira (risos).

Rosana – Esse resgate do naturalismo do Adão e Eva em vocês cairia muito bem, porque vocês são três rapazes muito bem apessoados, então vocês de folhinha de parreira vão ficar muito bem no palco. Aliás, você Toni assim dessa maneira suas fãs iriam enlouquecer, porque aqui na rádio foi um alvoroço quando ele chegou aí. (Risos)

Toni Garrido – Depois que a gente sair você pode perguntar. Elas vão dizer:  é isso aí? Nossa, como é magrinho, como ele é pequenininho, como ele é não sei o que. Então a gente sabe que vale a expectativa, por isso que a gente não gosta de encontrar. Quando encontra diz “É isso?”. Mas olha só, esse negócio do Adão e Eva rolar, a gente vai pensar bastante nesse conceito da natureza estimulada como você falou, mas é óbvio que a gente vai ter que fazer isso de uma maneira geral, as entrevistas também vão ter que ser assim (risos).

Rosana – No próximo bloco a gente vai continuar falando de sustentabilidade, dessas práticas do dia a dia que a gente pode implementar em casa pra ter mais qualidade de vida, pra ser mais cidadão, pra deixar um grande exemplo para os nossos filhos.

Toni Garrido – A gente tá falando tanto de sustentabilidade, tem um braço sustentável que tá junto do Cidade Negra que é uma ONG chamada Salve o Planeta Azul, que é um grupo de estudo, uma galera que pensa em soluções para o planeta. Então ela é coletiva, é uma ONG coletiva, que depende da sua ideia, da sua comunicação. Então você entra lá no www.salveoplanetaazul.com.br e existe uma música que a gente fez pra campanha dessa ONG que é legal cantar um pouquinho.

4º bloco

Rosana – Essa música marcou a gente, anos e anos e tá aí, qualquer festa, qualquer reunião com amigos, você põe essa música, ela é atual, é atemporal e embalou muita gente. “O Erê”, foi um grande sucesso de vocês, o auge talvez, o grande auge foi “O Erê”?

Toni Garrido – Eu considero o auge da carreira aqui agora conversando com você, Jatobá. O melhor momento, o momento mais importante porque a gente tá aqui agora, vivo, continuando a nossa história e com um montão de história pra contar. Então assim , o auge é agora cheio de saúde, agradecendo a Deus. “O Erê” é uma canção linda que a gente tem que agradecer muito, é uma das canções que fazem a gente viver. Porque tem aquelas canções que fazem você viver, seguram a tua carreira, “O Erê” é uma delas. O artista passa a vida inteira querendo fazer uma música que dê certo, que seja ouvida pelas pessoas, a gente conseguiu algumas. E tem que agradecer muito a Deus por isso, porque é muito difícil você fazer uma acontecer. “O Erê” é um exemplo disso, até hoje a gente toca a mesma energia, é uma música que mantém a mesma energia da época em que ela foi criada. Sempre é o mesmo efeito no palco, independente da hora que a gente for tocar, toca “O Erê”, vai tocar e vai dar certo.

Rosana – Vai sempre encantar, porque o Erê é uma criança, né?

Toni Garrido – É isso que você falou, é uma coisa que você sabe que você usa, ela existe pra te fortalecer. Se tiver um momento no show que alguma coisa não tá acontecendo, a gente não tá se entendendo, traz “O Erê” que dá certo.

Rosana – Eu acompanhei muito carreira de vocês e vejo o quanto vocês estão comprometidos com a questão da justiça social, mas uma música “Pensamento” eu acho que é como um mantra na vida da pessoa, pra que ela pense positivamente e utilize o poder que a gente tem do autoconhecimento pra realizar as coisas na vida. E hoje, por exemplo, eu faço meditação, que eu acho que é um grande canal de elevação transcendental pra você conseguir se equilibrar, respirar melhor. Conseguir também ampliar seus horizontes, conseguir abrir a mente. E quando eu ouço essa música eu imagino o quanto vocês foram visionários a ponto de enxergar que hoje o que a gente precisa mesmo é da força desse pensamento pra movimentar o mundo.

Lazão – É isso mesmo, você projeta, você visualiza, você pode visualizar coisas boas e coisas ruins. Então é melhor você visualizar coisas boas. se você começar a buscar a sua força interior e começar a respirar com mais calma, contar até 10, saber que toda tempestade passa.

Rosana – E descobrir o Deus que existe em cada um de nós.

Lazão – E descobrir o Deus que existe dentro de nós.

Rosana – Eu ficaria aqui a tarde inteira pedindo outras composições. Nos shows que vocês fazem Brasil afora, mundo afora, qual é a canção mais pedida? Tem alguma que os fãs já chegam e te mandam?

Toni Garrido – Let it be.( risos)

Rosana – Vocês estão brincando, mas o novo álbum tem um clássico “Somewhere over the rainbow”, Mágico de Oz. Por que vocês decidiram introduzir esse clássico nesse novo álbum?

Toni Garrido – A história dessa canção para o Cidade Negra é que o Papinha, que é um diretor de novelas, um querido, lembrou da gente na hora de fazer uma trilha sonora de uma novela e eles queriam essa canção. Mas essa canção tinha uma versão havaiana de um artista havaiano, que inclusive já tinha morrido e que eu acho que era muito difícil conseguir a autorização desse fonograma. Ele falou “Cidade, o que eu vejo mais próximo seria vocês fazendo essa canção, esse fonograma aqui. Dá pra fazer parecido com esse fonograma?”. A gente olhou aquilo e falou que dava. E a gente fez na versão que na realidade é uma versão dessa canção em um reggae meio havaiano. Parece que você tá ouvindo reggae com cheiro de abacaxi (risos).

Rosana – Então no verão só vai dar essa música.

Toni Garrido – Pois é, mas é uma música muito antiga, uma canção já eternizada pela galera, tem muitas versões dela. A gente só fez uma versão carinhosa do reggae do Cidade Negra. Fora isso, tem uma versão, que é uma música antiga também, que a gente já ouviu algumas versões de Yellow Man, eu já vi uma mulher cantando, uma cantora maravilhosa, que é uma canção do Neil Sedaka.

Rosana – Vocês têm essa pegada internacional que Veio da baixada fluminense pra conquistar o mundo todo.

Toni Garrido – O que desperta a cidade, desperta também a periferia. Esta é uma frase que a gente tem numa música nossa. É assim a informação vale pra todos, então engana-se quem pensa que o garoto tá lá dentro de um lugar muito fechadinho, não tem vontade, não tem gana, não tem GPS interno buscando a informação que ele quer. Ele tem, ele vai chegar nela, a informação chega. Lá na baixada fluminense tem uma história muito legal, o Bino, segundo as pessoas que viram o Cidade no início, ainda banda de colégio, diziam que o Bino tocava o instrumento, ele tocava o reggae sem saber que era reggae, ele não tinha ouvido reggae ainda. A visão dele já era totalmente específica de uma visão de reggae, porque esse reggae é universal, tava na cabeça dele e ele tinha que ter um encontro com esse reggae uma hora. Então, antes dele ouvir reggae, já tocar reggae, sendo que reggae é uma ação jamaicana. Não tinha discos, na época só discos internacionais, não tinha nem vitrola.

Rosana – Parece uma coisa nata, que tá aí no DNA da gente, né?

Lazão – Talvez veio pela geografia também, se você for ver a Jamaica, a Jamaica é muito parecida com a baixada fluminense.

Rosana – E com a Bahia também. Vocês viram “Kaya na gandaia” com Gilberto Gil?

Lazão – Totalmente, então só faltou aquela praia por perto ali.

Toni Garrido – Você falou no “Kaya na gandaia”, só discutindo um pouco esteticamente esses trabalhos, a sensação que eu tenho é que o baiano é tão incrível que o baiano faz a Jamaica parecer a Bahia. Mas a Jamaica não é tão Bahia assim. Mas o baiano faz a Jamaica parecer a Bahia, mas a Jamaica tem um negócio.

Rosana – Mais combativa, né. Baiano digamos que passa de uma forma mais malemolente, um pouco menos incisiva.

Toni Garrido – Aí a Jamaica é mais agressiva no sentido da natureza mesmo, ela é exuberante, ela é violenta, no bom sentido da palavra. Ela é uma beleza muito selvagem, Jamaica é realmente um paraíso em estado bruto ainda.

Rosana – Vocês tem esse compromisso com a natureza, com o meio ambiente, com os projetos sociais, quais são as instituições que vocês apoiam e que mensagem vocês deixariam para os nossos ouvintes pra que eles também apoiem essas entidades?

Lazão – Tem a ligação do Cidade com a ONG Salve Planeta Azul e tem também o envolvimento, no meu caso, eu fui criado num área muito violenta, em uma região da baixada fluminense chamada Morro da Palmeira, bastante conhecida em Belfort Roxo, que eu tenho um trabalho social lá de tentar mudar uma certa herança que existe de pai pra filho dentro do crime. Então como é que isso pode mudar? Introduzindo cultura, introduzindo música, introduzindo uma reeducação, um comportamento novo, levando também essas crianças fora do morro, pra ver que existe um mundo lá fora. A preocupação do “Hei, Afro”, tem a ver com essa atitude de você pegar a sua comunidade e tentar fazer ela melhor, dar uma futuro melhor pra essas crianças e não herdar do herói que tá mais perto.

Rosana – Mas Lazão, como é que vocês fazem isso na prática? Vocês conversam com as crianças, fazem oficina?

Lazão – É você pegar uma quadra e pegar, por exemplo, através do esporte ou através de um instrumento, vai ter aula de muay-thai, vai ter aula de jiu-jitsu, vai ter aula de violão. Vai tentar fazer com que a criança descubra o seu dom.

Rosana – São oficinas de estímulo às artes e ao esporte?

Lazão – De estímulo, exatamente. Tirar a cabeça da criança da rua, ela sabe que dia tal ela vai ter ou futebol, ou vôlei, ou basquete, ou judô, ou jiu-jitsu, ou boxe, ou vai ter aula de violão, de bateria, de canto, seja lá o que for. Ela só quer uma direção, daí que ela descobre o dom.

Rosana – E você Toni Garrido, também tem outras instituições que você apoia?

Toni Garrido – Eu indico a galera conhecer o One Less Degree, que é uma instituição mundial que também tá aqui no Brasil amparada pela Thassanee Wanick, que é uma tailandesa muito legal, uma pessoa que me trouxe esse conceito. Há seis anos atrás ela me chamou pra ser embaixador dessa ONG aqui no Brasil que mostra que existe tecnicamente uma coisa muito legal em relação ao combate do aquecimento global, que seria pintar as superfícies de branco. Ou seja, o que é isso? Pegar uma tinta acrílica e pintar a superfície? Não, tinta biológica, biotinta.

Rosana – À base de água, de óleos vegetais que já estão disseminados aí no mercado?

Toni Garrido – Exatamente, que você pegasse o teto da sua casa ou o teto do seu prédio. A teoria, que na prática se comprova, é que o calor ele fica retido nas superfícies mais escuras, e nas superfícies claras ele bate e reflete e volta para o universo. Ou seja, ele vai dissipar com muito mais facilidade em superfícies brancas, ele não vai concentrar aquela linha fina de calor nas superfícies que a gente convive, aumentando e muito o aquecimento global. Então foi comprovado que em alguns lugares do mundo de 1 a 2ºC você comprova que diminuiu a temperatura daquele município ou naquele ambiente.

Rosana – O telhado branco rebate o calor do sol em até 90%, você reduzir a temperatura, digamos que naquele local você tem 30ºC, você consegue baixar para 27ºC, 28ºC, já é um ganho incrível.

Toni Garrido – É um ganho incrível, é uma diferença absurda e o mundo tá precisando.

Rosana – Você sabe uma coisa interessante também dos telhados? Telhado verde, plantar em cima dos telhados, já é uma prática comum no Brasil e no mundo, né?

Toni Garrido – É, dá um pouco mais de trabalho, porque você tem que manter aquela planta viva ali, tem que alimentar a planta, botar um pouquinho de água e as pessoas estão fugindo um pouco do trabalho. Mas faz bem pra cabeça, a cabeça ainda fica melhor do que você só pintar de branco, até porque fica aquele monocromatismo que também é uma coisa que o ser humano não gosta tanto, a gente gosta de cor, gosta de brincar com isso. A outra ação é com a Limpa Brasil, que é uma ONG que faz a comunicação, as pessoas não tem noção da produção de lixo e do que fazer com essa produção de lixo. Então a gente tenta não só criar a consciência de que a produção desse lixo não é lixo, metade do que você tá produzindo não é lixo, metade só que é lixo, a outra metade é material pra você reutilizar, pra alguém utilizar e se dar bem com aquilo e virar inclusive forma de vida com aquele material, que você acha que é lixo e que não é. E a outra ideia dessa ONG, é fazer você ter ações sustentáveis também, não só em relação ao lixo, que é o Limpa Brasil. Todo mundo vale a penawww.limpabrasil.com, conhecer a ONG. Então é isso, hoje em dia pra gente tá dando muito mais prazer esse ativismo ambiental, do que qualquer outra coisa.

Rosana – É maravilhoso, sustentabilidade vai contagiando o coração da gente, vira uma paixão porque a gente quer realmente um mundo melhor pra todo mundo e estamos nesse momento de ampliação da consciência. Eu tô muito feliz de ter vocês aqui, sou fã do Cidade Negra faz muito tempo, desde adolescente. Mas pra mim é um prazer estar aqui, saber que vocês além de música de qualidade, também tem esse compromisso com o meio ambiente e com a inclusão social e seres pessoas do bem, homens de bem, cidadãos que querem ver o mundo melhor. Então deixo um beijo grande pra vocês, muito obrigada por participarem do Conversa com a Jatobá. Rapidinho para os nossos ouvintes uma mensagem daquelas pra motivar todo mundo a comparecer ao show hoje, dia 10. Não é isso? Hoje vocês tem show em São Paulo.

Toni Garrido – Muito obrigado, espero que você também consiga ir lá.

Rosana – Eu vou com certeza, vocês não vão me reconhecer porque eu vou pirar ali embaixo, no gargarejo, pulando com vocês.

Lazão – Quem estiver em Sampa hoje, dia 10, Cidade Negra no HSBC Arena, São Paulo, Reggae Music, “Hei, Afro” na área.

Toni Garrido – Daqui a pouquinho, vamos todo mundo pra lá, é o seguinte, aqui não tá engarrafado, então vem pra cá! (risos) Melhor lugar da cidade.

Bino – É isso aí galera, atento aí com tudo, com o planeta, com a água doce, com as crianças, com os mais velhos, a calma no trânsito, então tudo isso gera uma reeducação e um respeito maior com a vida dos outros, com a nossa própria vida e Salve o Planeta Azul!

Rosana – Pra gente se despedir dos nossos ouvintes, vamos de “Eu fui, voltei”.

Toni Garrido – Beijo, Rosana. Obrigado.

Rosana – Beijo grande pra vocês.

Se preferir, ouça aqui.

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