Universo Jatoba

Está havendo uma febre de notícias sobre os veículos movidos a eletricidade. Que são menos poluentes do que os de motores a combustão, não existem dúvidas. Mas, será que os defensores fizeram bem as contas?

Temos que lembrar que nos países desenvolvidos as matrizes que geram eletricidade são fundamentalmente o carvão, o petróleo e o gás. A energia nuclear também é usada, porém em menor escala. No Brasil, com as cada vez maiores restrições às usinas hidroelétricas, nossa geração de energia está também se aproximando do trinômio carvão, petróleo, e gás. Ainda é utopia falar em painéis solares e energia eólica. Um dia talvez, mas, por enquanto, não são suficientemente baratas.

Então, o que acontece é simplesmente que quando se gera energia a partir de fontes poluentes, a gente simplesmente troca seis por meia dúzia, sem contar que a cada transformação de uma energia em outra existe uma perda energética que não é pequena.

Existem também os carros híbridos, que têm uma bateria de Lítio recarregada pela energia gerada na tomada e também nas freadas e descidas. Genial e também muito menos poluente que os motores convencionais.

O que também não se divulga é que o Lítio é bastante escasso na natureza e sua extração, pelo menos no Brasil, é devastadora para o meio ambiente. Enormes áreas precisam ser usadas para a obtenção do mineral.

O veículo urbano movido a eletricidade ainda não é uma solução economicamente viável, mas chegaremos lá.

 

Putz da Vida é Engenheiro Civil e Eletricista, pós-graduado em Administração de Empresas com especialização nos EUA. Após um breve período na construção civil, trabalhou durante mais de 40 anos como executivo. Aposentado, faz consultorias eventuais e estuda música.

Putz da Vida escreve aos domingos aqui no Universo Jatobá.