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Associação monta bibliotecas na Amazônia

por Universo Jatoba

Quando se fala em Amazônia, logo se lembra da floresta, que tem a maior concentração da biodiversidade do planeta. Mas não é só isso, a região Norte tem o segundo menor PIB do país, os piores índices de desempenho no ensino fundamental e o maior número de professores sem formação no ensino médio. Três amigas viram ali a possibilidade de transformar uma sociedade. Em 2001, Sylvia Guimarães, Laís Fleury e Maria Teresa Meinberg uniram forças e criaram a Associação Vaga Lume, que já beneficiou cerca de 24 mil pessoas e tem o objetivo de ampliar o acesso à leitura na região.

É de barco que boa parte das remessas de livros saídos de São Paulo chega a comunidades ribeirinhas da Amazônia Legal. Alguns, que receberam formação da Associação Vaga Lume, garantem que tudo será muito bem aproveitado. “A educação não é uma tarefa só da escola e do poder público, mas deve ser assumida coletivamente pelos indivíduos, pela família e pela comunidade”, afirma Sylvia Guimarães, presidente da organização.

A Amazônia Legal compreende nove estados brasileiros: Amazonas, Pará, Acre, Amapá, Roraima, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Sete deles pertencem à região Norte. Com uma metodologia própria, a Vaga Lume oferece estrutura, formação e apoio à autogestão de bibliotecas comunitárias. Ao longo dos últimos 12 anos, 160 comunidades desses Estados continuam sendo beneficiadas. A ONG também promove intercâmbios, com foco no desenvolvimento sustentável, entre estudantes de São Paulo e da Amazônia.

O trabalho está baseado em dois programas: o Expedição, em que equipes da Vaga Lume chegam a rincões do país com livros de literatura, estante, lona e uma esteira na bagagem. A estante, de madeira certificada é fabricada por detentos marceneiros de um presídio de Belém (PA). A missão começa com a identificação de voluntários com interesse e perfil para se tornarem mediadores de leitura, organizadores, parceiros e multiplicadores. Depois que a biblioteca está estabelecida, os voluntários conhecem as estratégias para sua gestão e permanecem em contato com a Vaga Lume.

O outro programa, chamado Rede, seleciona jovens de 11 a 13 anos, monitores de 14 a 16 anos, além de educadores de São Paulo e da Amazônia. Eles conduzem oficinas semanais, com foco no desenvolvimento sustentável, e produzem materiais, que são trocados entre as equipes. Em São Paulo, equipes de colégios, como o Vera Cruz e o Santi, e ONGs das zonas periféricas, como Gotas de Flor com Amor e Fundação Tide Setubal, participam da atividade.

A história

Entre 2001 e 2002, o trio de amigas iniciou uma incursão por nove Estados amazônicos para aprender sobre a vida de seus habitantes e contribuir com livros de literatura, acompanhados da formação de mediadores de leitura. Aos poucos, o projeto tomou forma, baseado em teoria, apoio técnico e aprendizado na prática.

Com a saída das amigas em 2006, a empreendedora continuou a liderar a associação sob o lema: “as pessoas são os agentes mais poderosos de transformação de uma realidade”. Hoje, um dos seus principais desafios é ampliar o rol de patrocinadores da associação. Sylvia já ganhou prêmios importantes por seu trabalho e, em 2013, tornou-se uma das quatro finalistas do Empreendedor Social. Para saber mais sobre a ONG Vaga Lume, clique aqui. 

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