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Transporte hidroviário

por Ivana Jatoba

A sua cidade oferece a alternativa de transporte marítimo ou fluvial como meio de mobilidade urbana? Você já parou para pensar o quanto seria melhorado o trânsito se o poder público investisse em embarcações que pudessem levar as pessoas de um bairro para outro, ou para uma cidade próxima, poupando assim o uso de veículos terrestres? Cidades como Sydney, Paris e Nova York a muito tempo sabem dos inúmeros benefícios trazidos por este tipo de transporte. Aqui no Brasil este pensamento entre os gestores municipais é relativamente recente, mas já está produzindo seus frutos. Eis alguns exemplos:

Em Porto Alegre, foi inaugurada no último dezembro uma linha hidroviária que leva em um catamarã passageiros do Cais do Porto, no Centro, até a Zona Sul da cidade e segue depois para o Barra Shopping, na região metropolitana gaúcha. O trajeto total dura em torno de 14 minutos e tem transportado cerca de 3 mil pessoas por dia.

Na região metropolitana de Salvador começou a operar em fevereiro deste ano a linha de catamarã que faz a travessia Salvador – Madre de Deus pela Baía de Todos-os-Santos. Duas embarcações, com capacidade para transportar 120 pessoas, vão realizar o transporte de moradores e turistas diariamente. O serviço já está disponível para os usuários, e o tempo de duração do trajeto dura 1 hora a menos que o mesmo via estrada. A viagem, além de ser mais agradável, ajuda a desafogar o trânsito na BR 324, principal rodovia de acesso da capital baiana.

Em Ilhabela, cidade do litoral paulista, está em fase de teste a primeira das três embarcações que farão o transporte marítimo municipal. Cada “Aquabus”, como foi apelidado esses barcos, tem capacidade para 60 pessoas sentadas, possui ar-condicionado e TVs de tela plana, além de contarem com motores modernos e sistema de GPS. Tudo indica que em junho desse ano o sistema entrará em funcionamento.

Já está mais que provado que a saída para melhorar o trânsito caótico imperante nas grandes metrópoles é o investimento expressivo em transporte público de qualidade, e as linhas hidroviárias locais e interurbanas são uma excelente forma de contribuir para este fim. Saber que estamos seguindo este caminho mostra que, apesar de lentos, nossos passos para uma uma sociedade mais sustentável seguem firmes. Que outras cidades potenciais de transporte hidroviário possam seguir estes exemplos.

Ivana Jatobá é Engenheira Civil graduada na Universidade Católica do Salvador, especializada em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia e Mestre em Gerenciamento de Engenharia Ambiental pela University of Technology, Sydney, Austrália.

Ivana Jatobá escreve às quintas aqui no Universo Jatobá.

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