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Cultivo de arroz com menos água

por Universo Jatoba

Você tem noção do tanto de água que se consome na produção do arroz? Pelo sistema tradicional de irrigação por inundação – no qual a área recebe uma lâmina de água de até 10 centímetros por até 120 dias -, o consumo de água doce corresponde a até 30% do total disponível no mundo.

É muito! E a água doce tornou-se um dos recursos mais preciosos do planeta, disputado não apenas entre países, mas entre o campo e as cidades, entre as atividades produtivas e o consumo individual, entre a agropecuária e a indústria.

Um Estudo da Unesp, publicado no Agronomy Journal, tem a alternativa! “Nossa pesquisa mostrou que é possível alcançar um nível de produtividade elevado, com grande economia de água”, diz Carlos Alexandre Costa Crusciol à Agência Fapesp.

O cultivo de arroz em chão firme, não é novidade no Brasil, principalmente na região do Cerrado. O fato novo foi alcançar um alto patamar de produtividade graças à complementação hídrica mediante a irrigação por aspersão. Este método lança jatos de água controlados sobre a área. “Sem a complementação hídrica, a média de produtividade é de aproximadamente 2.700 quilos por hectare, enquanto que no cultivo inundado é possível chegar em média a 7.000 kg/ha. Com a complementação hídrica, temos obtido produtividades de até 6.000 kg/ha, gastando muito menos água”, afirma.

Para ter ideia do impacto desta inovação, basta considerar que, atualmente, 65% dos arrozais brasileiros utilizam o sistema de sequeiro ou terras altas. Mas, dependendo unicamente das chuvas para a hidratação, respondem por apenas 35% do arroz produzido. “A explicação para essa baixa produtividade é que o arroz, domesticado em ambientes inundados, apresenta baixa tolerância à falta d’água.”, explica.

No experimento, a irrigação por aspersão usou apenas 8,7% da água fornecida aos cultivares durante o primeiro ano, sendo o restante originário das chuvas, e o aumento de produtividade foi de 54,4%. No ano seguinte, com 14,5% de água fornecida, o incremento foi de 48,1%.

Além da irrigação complementar, vale considerar a qualidade do arroz brasileiro, que já tem boa tolerância a curtos períodos de seca. Para colocar a ideia em prática, é preciso investir em equipamentos e gastar energia, mas por ser um produto barato, cujo preço tem forte impacto no valor da cesta básica, a solução, segundo ele, é alternar com outros cultivos agrícolas ou hortaliças e otimizar o uso dos equipamentos.

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