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Tecnologia transforma energia a partir de algas

por Universo Jatoba

Milhões de toneladas de poeira de carvão são descartadas por ano. Atualmente, a África do Sul possui mais de um bilhão de toneladas de pó e pequenas partículas de carvão, que constituem um grande problema ambiental. Mas, pode haver solução. Hoje o Universo Jatobá apresenta uma proposta inovadora capaz de converter poeira de carvão em carvão limpo e de alta qualidade a partir de algas. O resultado pode ser prontamente processado em biocombustíveis, segundo demonstração feita publicamente na Nelson Mandela Metropolitan University no final de janeiro.

A ideia é uma das principais áreas de estudo do instituto de engenharia química, InnoVenton. Os pesquisadores descobriram, durante os últimos três anos com recursos do Departamento de Ciência e Tecnologia, que microalgas podem ser combinadas com carvão, e funcionam como um excelente formador de carvão fino. “Se misturarmos poeira de carvão e biomassa de algas, as algas irão se juntar na superfície do carvão e ligar as partículas de pó”, explica o Professor Ben Zeelie, da InnoVenton. O resultado é um composto carvão-alga, nomeado e patenteado com o nome Coalgae.

De acordo com o instituto, os compostos Coalgae podem ser aplicados como substitutos em aplicações que requerem carvão ou podem ser refinados por uma variedade de tecnologias adicionais, como pirólise (aquecimento na ausência de oxigênio). O resultado desse processamento adicional é uma mistura crua de óleo bio-fóssil que pode usada em muitos combustíveis, como gasolina, diesel, querosene, combustível de aviões e outros óleos combustíveis pesados.

As vantagens são muitas: sequestro de carbono, melhoria de carvão de baixa qualidade, produção de água limpa (um processo secundário) e produção de biocombustíveis, que podem gerar oportunidades comerciais. Além disso, a Coalgae pode ser transportada usando a infraestrutura petroquímica já existente. Em nota, a universidade divulgou que já há planos para a produção e comercialização de produtos.

Vários aspectos da tecnologia foram exibidos pelo instituto, incluindo a cultura de microalgas em um sistema de foto-bioreator fechado desenvolvido pela universidade, o uso de gás combustível gerado por carvão para suprir as necessidades das algas em dióxido de carbono e nitrogênio, a produção de compostos carvão-alga e sua conversão em óleos simples.

O vice-diretor geral para Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Departamento de Ciência e Tecnologia, Mmboneni Muofhe disse que a tecnologia auxiliaria a separar o setor sul-africano de biocombustíveis do setor de processamento de alimentos, e deixaria mais próxima a consolidação de uma indústria completa de biocombustíveis no país.

Os produtores nacionais de combustíveis iniciarão uma mistura obrigatória de petróleo e diesel com biocombustíveis a partir de outubro de 2015, com o governo encorajando o investimento em soluções bio no setor e a redução da necessidade de combustíveis importados. “Em 2015, o governo pretende que todos os combustíveis de transporte sejam uma mistura, com biocombustíveis ao mínimo de 2% do total. A Coalgae supera essa meta”, afirmou o Departamento em nota.

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