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Miniestações de tratamento de esgoto

por Ivana Jatoba

Minha irmã quer construir um chalé, numa praia deserta, onde não há rede pública de esgoto. E agora? Consciente dos impactos ambientais que podem ser gerados dessa atividade, ela me pergunta: “Como preservar as características paradisíacas do lugar, sem o risco de contaminar o solo e água com os dejetos?” Eu aconselho a ela que diga não às fossas sépticas tradicionais, pois, além do risco de contaminação do solo e lençol freático que pode vir a ocorrer, não há nada mais inconveniente do que ter que chamar o caminhão “limpa fossa” (cedo ou tarde isso ocorrerá) para lugares muitas vezes de difícil comunicação e acesso.

Para quem quer construir um imóvel em lugares onde não há rede pública de esgoto, e não quer descartar indevidamente esse efluente no meio ambiente, já existem alguns métodos de tratamento de esgoto que podem ser aplicados em casas de campo, casas de praia, condomínios, canteiros de obra e indústrias (dependendo do porte), sem que haja a poluição ambiental do solo, dos lençóis freáticos e dos corpos d’água.

Todos nós sabemos que rios e mares contaminados por esgoto, quer seja industrial ou doméstico, são um dos problemas ambientais mais graves enfrentados pela população em todo o mundo, especialmente nos países subdesenvolvidos. A falta de saneamento básico é causa de doenças para os povos e  morte para os ecossistemas poluídos.

Mas, ao invés de se esperar que o poder público instale as redes públicas de esgoto e providencie as estações de tratamento para evitar a poluição das águas, cada um de nós, individualmente ou coletivamente, podemos instalar as miniestações de tratamento de esgoto nas nossas residências. Elas são feitas de plástico (impermeáveis), de fácil aplicação e muito práticas e eficientes.

Instalando uma miniestação de tratamento de esgoto na sua residência, além de evitar a poluição dos ecossistemas, existe a opção de descarte do efluente tratado no solo ou sua reutilização para jardinagem, horta, lavagem de carro e descarga sanitária. Mas esta água não pode ser reutilizada na cozinha, nem para tomar banho. Isso contribui para a sustentabilidade do planeta e também para a redução da conta de água.

O funcionamento de uma miniestação de tratamento de esgoto é de base biológica. As águas servidas provenientes dos ralos de banheiro, vasos sanitários, cozinha e torneiras em geral são tratadas por meio de microrganismos que removem a carga orgânica do efluente, eliminando bactérias, coliformes totais e fecais.

Existem no mercado diversas miniestações em vários tamanhos, dimensionadas para atender desde famílias pequenas até 10000 usuários, no caso de canteiros de obras e indústrias. Para conhecer mais sobre esses dispositivos, consulte os sites www.organum.com.br, www.bioete.com.br, www.seop.com.br, www.hidrusbrasil.com.br , etc., e dê adeus às fossas sépticas.

 

Ivana Jatobá é Engenheira Civil graduada na Universidade Católica do Salvador, especializada em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia e Mestre em Gerenciamento de Engenharia Ambiental pela University of Technology, Sydney, Austrália. Atua como consultora em implantação de sistema de qualidade ISO 9001 e Meio Ambiente ISO 14000 em canteiros de obras.

Ivana Jatobá escreve às quintas aqui no Universo Jatobá.

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