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Guia do alimento orgânico

por EcoD

A busca por saúde, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente tem feito muitos consumidores se renderem aos alimentos orgânicos. Frutas, verduras, hortaliças, carnes, cereais – a cada dia mais variedades de alimentos são  produzidos de forma sustentável. Entenda sobre essa opção de alimentação consciente que se preocupa com o que chega ao seu prato, desde a produção até a hora de ser consumido.

Matéria do site EcoDesenvolvimento

O que são alimentos orgânicos?

Os alimentos orgânicos são todos aqueles produzidos em sistemas que não utilizam agrotóxicos ou insumos artificiais em sua produção, como inseticidas, herbicidas, fungicidas, nematicidas ou adubos químicos. Por conceito, eles também não podem ser organismos geneticamente modificados (OGM), como os transgênicos.

Esses alimentos priorizam a preservação da saúde do homem, dos animais e do meio ambiente. Sua definição na lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, ainda afirma que o sistema orgânico de produção é aquele que busca aperfeiçoar o uso de recursos naturais e socioeconômicos, respeitar a integridade cultural das comunidades rurais e reduzir a dependência de energias não-renováveis.

Para um alimento processado ser considerado orgânico e receber o selo de qualidade, é preciso que ele contenha pelo menos 95% de ingredientes originados da agricultura orgânica.

Produção orgânica X Produção tradicional

Um alimento orgânico segue alguns critérios de produção diferentes do processo tradicional utilizado na agricultura de hoje em dia. Nesse método tudo é planejado e controlado de forma a causar o menor impacto nos recursos naturais, gerar alimentos de melhor qualidade e valorizar a comunidade produtora.

Principais características dos alimentos orgânicos:

O solo é considerado um organismo vivo e deve ser modificado o mínimo possível;
Uso de adubos orgânicos de baixa solubilidade;
Controle de pragas e doenças com medidas preventivas e produtos naturais;
Os efeitos das ações no meio ambiente são considerados, por isso são realizadas ações de preservação do solo e das fontes de água;
Os animais se alimentam de produtos orgânicos e naturais;
É realizado um rodízio de animais de exigências e hábitos alimentares diferenciados, como bovinos, equinos, ovinos, caprinos e aves;
Uso de instalações adequadas que proporcionem conforto e saúde aos animais, com fácil acesso à água, alimentos e pastagens e que possua espaço suficiente para a movimentação do rebanho;
A reprodução e o desmame são feitos de forma natural;
As culturas seguem os ciclos das estações e às características de cada região;
A colheita é realizada na época da maturação, sem o uso de recursos de indução artificiais.

O lado bom

Quatro fatores principais estão fazendo com que esse mercado movimente $40 bilhões anuais em todo o mundo: benefícios para a saúde, respeito ao meio ambiente, melhor qualidade dos produtos e incentivo aos pequenos produtores.

Saúde

Os consumidores que compram produtos orgânicos prezam por uma alimentação saudável, natural e equilibrada. Por isso pagam a mais para ingerir um alimento sem produtos químicos. Alguns estudos apontam que os alimentos orgânicos, especialmente legumes e folhosas, possuem um menor teor de nitratos, mais matéria seca e vitaminas. Por serem isentos de radiações ionizantes (utilizadas para esterilizar, pasteurizar, desinfetar e inibir a germinação dos alimentos), os produtos mantêm sua integridade vital e nutricional natural.

Meio ambiente

Os alimentos orgânicos agridem muito menos o meio ambiente. Por não utilizarem produtos tóxicos, o risco de contaminação do solo e dos lençóis freáticos é reduzido. Além disso, os alimentos orgânicos preservam a fertilidade do solo, a qualidade da água, a vida silvestre, assim como os demais recursos naturais. A saúde das plantas, o bem-estar animal e a biodiversidade nas propriedades rurais também são valorizados.

Qualidade

Segundo Moacir Darolt, em seu estudo O mercado de orgânicos no Paraná: Características e tendências, pesquisas de análise sensorial, comparando alimentos orgânicos e convencionais, mostraram superioridade do alimento orgânico. Eles ainda são mais frescos e freqüentemente utilizados por profissionais da gastronomia, que preferem esses produtos por garantirem melhor qualidade de sabor e aroma.

Incentivo social

A produção orgânica valoriza e incentiva o trabalho da agricultura familiar. Isso contribui para melhorar a qualidade de vida dessas famílias e previne o êxodo rural. Ela também aumenta os postos de trabalho, permitindo uma melhor geração e distribuição de renda, e respeita as normas sociais baseadas nos acordos internacionais de trabalho. Propriedades que exploram os trabalhadores ou usam mão-de-obra infantil não recebem o certificado de Produto Orgânico.

O lado ruim

Preço

Os alimentos orgânicos são mais caros do que os tradicionais. Para levar qualquer um deles para casa, o consumidor terá que pagar de 10% a 40% a mais. Isso acontece porque o modo de preparo desses alimentos é mais artesanal e não explora a mão-de-obra do trabalhador. Por não utilizarem pesticidas, ocorrem muitas perdas durante as colheitas, e o prejuízo tem que se repassado aos produtos que chegam às prateleiras.

Translado

A produção orgânica tem crescido em todo o mundo, entretanto, somente os Estados Unidos e a União Européia consomem mais de 90% do que é produzido no mundo. Isso significa que grande parte do que é produzido passa por um grande deslocamento para chegar ao seu consumidor final. Por isso, ao contrários dos alimentos locais, eles emitem grande quantidade de poluentes na atmosfera além de outra série de danos ao meio ambiente.

Contaminação

Alguns críticos da agricultura orgânica sugerem que o uso intensivo de dejetos de animais nesse tipo de sistema pode causar a contaminação de alguns alimentos. Contudo, não há evidências científicas de que esses produtos possam ser mais suscetíveis a contaminação microbiológica que os convencionais. Na dúvida, prefira os produtos que seguem a algumas medidas como a compostagem dos estercos de animais, controle da qualidade da água (livre de coliformes fecais); uso de adubos orgânicos de fontes conhecidas e aplicação de chorume.

Na cartilha Alimentos orgânicos: um guia para o consumidor consciente, de Moacir Darolt, é possível conhecer mais sobre a produção de alimentos orgânicos.

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