Universo Jatoba

Que inveja de Amsterdã, a capital holandesa. Cidade plana, com mais de 400 km de ciclovias, sinalização e grande oferta de bicicletas para aluguel. Berlim, com seus 750 km de faixas exclusivas para ciclistas ou Nova York, com 675 km, também dão aquela ponta de inveja, que não faz mal a ninguém. São Paulo, por exemplo, está bem longe dessas realidades. A capital paulista conta com 63 km de vias para bicicletas. A gestão municipal promete que até 2016 essa extensão subirá para 400 km. Enquanto isso, ciclistas devem conviver com o trânsito caótico e pesquisar trajetos mais seguros para se locomover de bicicleta.

Pensando nas trocas de experiências, o portal colaborativo “Eu Vou de Bike” surge para “promover a inclusão do ciclismo nos grandes centros urbanos”. A plataforma é inspiradora, para incentivar a opção pela bicicleta, nem que seja apenas aos finais de semana, somente por prazer e lazer.

O site traz uma calculadora, que permite medir os benefícios para o ciclista e, claro, para a própria cidade. Por exemplo, um percurso de 15 km gera uma economia de R$ 4,87 de combustível. Pode parecer pouco, mas basta multiplicar por trinta dias e se chega à quantia de R$ 146,10. Considerando que você sempre vai e volta, o valor dobrado sai a R$ 292,20. Uma bela economia, não?

E o melhor: 15 km de pedalada são suficientes para queimar 881 calorias. Além da saúde e do bem-estar proporcionados, pedalar mitiga a quantidade de poluentes que seriam lançados na atmosfera por outros meios de transporte. Trata-se de uma redução de mais de 4 kg de dióxido de carbono.

Além da calculadora, a plataforma traz matérias, dicas e podcasts. Alguns deles trazem uma playlist para estimular ainda mais o passeio. O portal ressalta: “pedalar no trânsito com fones de ouvido é perigoso e deve ser evitado, mas em ciclovia reservada apenas para bicicletas, como a da Marginal Pinheiros em São Paulo ou a de Santos, por exemplo, pode ser bem estimulante, desde que o volume do áudio não impeça a audição do meio ambiente”.

As matérias publicadas na página “Eu Vou de Bike” também podem ser colaborativas. O leitor Paulo Augusto, por exemplo, escreveu sobre sua experiência em Nantes, na França. Ele ressalta que a cidade é “pensada para privilegiar o transporte público através de bondes elétricos e bicicletas”. Belas paisagens ilustram o texto, que indica que a cidade foi eleita em 2013 a capital verde da Europa, pela segunda vez.

Colaborativa também é a seção “Mapas e Rotas”, quer permite que você indique o melhor caminho para outros usuários do site ou veja as rotas já sugeridas por outros ciclistas. É possível tecer comentários sobre o trecho, indicando ruas íngremes, perigosas ou acidentadas. Os próprios internautas podem avaliar as rotas, apontando a dificuldade por meio de um gráfico.

Se você é um ciclista experiente, um louco apaixonado por bicicletas, um admirador de magrelas ou um iniciante na arte do equilíbrio sobre duas rodas, visite o site “Eu Vou de Bike”. Mesmo que você morra de medo de se aventurar pela selva de pedra, aproveite a plataforma para ver belas imagens e conhecer exemplos de outros países que investiram em transportes limpos e não se arrependeram. E se você pensa que o Brasil não tem jeito nessa história, dê uma lida nesse texto que indica as melhores cidades do país para pedalar! Nem tudo está perdido, amigo!

 

Renata Cardarelli é jornalista e especialista em redes digitais e sustentabilidade pelo Instituto Atopos, da Universidade de São Paulo. Ao lado de cinco profissionais da área de comunicação e sustentabilidade, é idealizadora do projeto Tietê Digital. Atua na apuração da Rádio Globo, onde também é produtora. Além disso, contribuiu com trabalhos esporádicos para Rádio Eldorado, Rádio Gazeta AM e O Estado do RJ e passou pelas redações de portais Comunique-se e InfoMoney e Revista CULT.

Renata escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.