Universo Jatoba

Eu sempre quis ter parto normal para nunca mais esquecer o momento mágico e marcante do nascimento, com suas dores e delícias. Queria mergulhar fundo na experiência que a minha mãe enfrentou por 4 vezes! Mas a gravidez de gêmeos um tanto complicada por causa de 3 intercorrências cirúrgicas, me impediram de vivenciar o sonho.

Fiz cesárea, o procedimento mais comum no Brasil, representando 52% dos partos, segundo o Ministério da Saúde. Na rede privada, o índice de partos cesáreos chega a 82% e na rede pública, 37%. É a maior taxa do mundo! A OMS  recomenda que essa taxa fique em torno de 15%.

“A cesárea virou uma epidemia no Brasil porque é um procedimento prático para médicos e hospitais e há uma pressão, às vezes, da própria paciente para que isso aconteça. Existe muito desconhecimento”, afirma o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Magalhães.

Mas o parto sem intervenções cirúrgicas, conhecido como parto humanizado, vem crescendo nos últimos 10 anos, tanto no setor público como no privado. De acordo com  Ana Cristina Duarte, obstetriz e coordenadora do Grupo de Apoio à Maternidade Ativa, isso é fruto da busca das mulheres por informação.

“Muitas mulheres achavam que este seria um momento terrível de dor e não é bem assim”, explica Ana.  “A ideia é trazer de volta a sensação de alegria e prazer que é ter um filho, além do que a recuperação tende a ser bem mais rápida”.

A proposta do parto humanizado é deixar que a mãe  comande a situação e escolha tudo, desde a posição em que se sinta mais confortável até a companhia de alguém especial.

O parto humanizado não tem hora marcada e respeita a natureza da mãe e do bebê. “Nada de usar  hormônios para acelerar nascimento, nem  apertar a barriga. Cada caso é um caso, pode durar de 1 hora a até 1 dia e meio ou até mais”, afirma Ana.

E se a gravidez for de risco? Nada impede que o parto seja humanizado, desde que sejam tomados  os devidos cuidados em ambiente hospitalar.

E você? O que acha? Dá pra resgatar o instinto e optar pelo caminho natural?