
Surpresa desagradável: Gravidez Ectópica
Você e o seu parceiro decidem que é hora de aumentar a família e, após algumas tentativas, a gestação acontece. Mas, no primeiro exame, constata-se que é ectópica – quando o óvulo fecundado é implantado fora do útero, desenvolvendo-se em 95% dos casos nas trompas de falópio e, em situações raras, nos ovários e abdômen.
A gestação ectópica é um risco enorme à gestante e deve ser interrompida entre a 6ª e a 12ª semana, variando de acordo com o local onde estiver implantada. Quanto menor é o lugar, menor deverá ser o tempo de permanência, já que o feto crescendo fora do trato uterino faz com que o órgão que ele esteja alojado rompa, causando hemorragias graves e que, consequentemente, colocam a vida da mulher em perigo.
Nestes casos, infelizmente, não existe a menor possibilidade de conseguir salvar a gestação, e sim, minimizar os danos na paciente, tentando evitar ao máximo o quadro mais grave.
QUAIS OS SINTOMAS?
Os sintomas são muito similares aos de uma gravidez normal: atraso menstrual, sensibilidade nos seios, náuseas, vômitos e etc. O que irá diferenciá-las é a presença de sangramento vaginal, dores lombares, pressão baixa, tonturas e desmaios.
PRINCIPAIS CAUSAS
O surgimento de uma gravidez ectópica é devido à incapacidade que o óvulo fertilizado encontra de mover-se de maneira rápida pelas trompas de falópio, de forma que seja possível a sua chegada no útero. Os fatores que causam este impedimento podem ser inúmeros, os quais se destacam tumores ou anormalidades nas trompas, resquícios de alguma cirurgia realizada no sistema reprodutor, tabagismo, o uso excessivo de entorpecentes que contenham hormônios, além de inflamações e infecções no útero, que geralmente resultam de doenças sexualmente transmissíveis como a clamídia e a gonorréia.
TRATAMENTOS INDICADOS
Antes de qualquer coisa, é preciso dizer que existem tratamentos distintos para cada tipo de paciente, já que há dois tipos de paciente – a que tem a trompa íntegra – ou seja, que ainda não se rompeu – e a que já rompeu.
Na gestante com a trompa íntegra, o tratamento é feito por meio de medicamentos (injeções), que evita a evolução do saco gestacional e faz com que ele seja reabsorvido pelo próprio organismo.
No caso da gestante com a trompa rompida, é necessário o procedimento cirúrgico que resulta em retirar a trompa inteira ou apenas o material alocado. Este método feito através de uma laparoscopia faz com que a recuperação seja rápida, com a paciente podendo receber alta em até 24 horas. Além disso, vale ressaltar que, neste procedimento, as trompas são preservadas.
Após o tratamento (sem complicações) é aconselhável que a paciente espere um período de pelo menos três meses para tentar engravidar novamente. Passado esse tempo, o casal poderá tentar uma nova gestação naturalmente. Na maior parte dos casos, uma gestação bem sucedida é alcançada em até um ano. Caso a mulher engravide nesse período, é preciso que seja acompanhada de perto.
A partir da 5ª semana, um ultrassom transvaginal deve ser realizado e o embrião, juntamente com o saco gestacional, deverá ser visível, caso contrário há grandes chances de ser outra gravidez ectópica.
De qualquer forma, o diagnóstico precoce é muito importante. Não deixe de fazer o acompanhamento à risca.
Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.
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