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TPM X Maternidade

por Mães Brasileiras

Você está naqueles dias, e durante a noite, teve um pesadelo absurdo, acordou cansada, com a sensação de que algo horrível iria acontecer a qualquer momento. Sem paciência para a rotina diária de tirar os filhos da cama, chegar na hora à escola e ao trabalho.

Ao olhar se no espelho, não se reconhece. A roupa, que ficava ótima na semana passada, agora marca a barriga. O marido, então, é uma grande encrenca. Tudo é motivo pra ficar irritada e muitas vezes se questiona em pensamento: “Por que foi mesmo que me casei com esse cara?” E ai dele se quiser fazer um carinho. “Isso não é hora!” Ao chegar ao trabalho, adivinhe, o chefe decide fazer aquela pergunta que você não tem a menor idéia de como responder.

Para completar a tragédia, você se sente culpada. Culpada porque acordou cansada, porque seus filhos nem foram tão chatas assim, porque seu marido continua o mesmo (e foi por isso que você casou com ele) e porque você sabe que a vida precisa ser mais leve. Por tudo isso, chora como manteiga derretida.

De quem é a culpa? Da maldita TPM, sigla de tensão pré-menstrual, conjunto de alterações físicas e emocionais causadas por mudanças hormonais ocorridas no ciclo menstrual. O mal tende a se intensificar depois do nascimento dos filhos. Muitas mulheres dizem que a TPM surgiu, ou só foi percebida  depois que elas se tornaram mães.

A medicina explica os motivos: A partir dos 35 anos, a mulher se torna mais vulnerável às mudanças hormonais. Isso ocorre devido ao aumento de ciclos irregulares ou não-ovulatórios. Essas transformações podem intensificar os sintomas da TPM, explica o ginecologista Eliezer Berenstein, autor de A Tensão Pré-Menstrual e o Tempo para Mudanças (Editora Gente). Por uma infeliz coincidência do destino, essa revolução ocorre exatamente na época em que a mulher moderna se prepara para ser mãe ou tem filhos pequenos para cuidar.

Os fatores emocionais também pesam. Isso explica por que a TPM não é exclusividade das mães com mais de 30 anos. A maternidade implica novas responsabilidades, sobrecarregada, o estresse da mulher aumenta, afetando o nível de serotonina no organismo. Esse neurotransmissor atua sobre o humor das pessoas. Quando ela cai, ficamos mal-humorados.

A substância também sofre interferência dos hormônios femininos, daí a presença de sintomas psíquicos, tais como depressão e ansiedade, nos dias que antecedem a menstruação.

Além das alterações hormonais e emocionais, o cotidiano da mulher moderna é fator determinante para o aparecimento da doença. Não que ela seja novidade. Agendas lotadas, filhos e vida sedentária resultam num explosivo coquetel. Outra diferença marcante é o fato de que a mulher de antigamente tinha mais filhos, então, obviamente, menstruava menos.

A vivência da menstruação para a mulher moderna é muito mais longa. Ela menstrua dos 12 aos 25 anos, tem em média, dois filhos. Amamenta durante pouco tempo e volta a menstruar por mais 15 anos. Na soma, vai menstruar pelo menos 25 anos mais que sua bisavó. TPM sempre existiu, só está mais ruidosa. Isso porque, na sociedade contemporânea, a mulher ocupa cargos importantes e, não raro, é o chefe da família. Suas decisões e atitudes, que podem ser influenciadas pela doença, afetam um número maior de pessoas hoje.

Qual o seu tipo?

Os desconfortos que acompanham o período pré-menstrual, como mamas doloridas, inchaço e cólicas leves, são normais e esperados. Já a síndrome conhecida como TPM reúne uma série de sintomas físicos e psíquicos que surgem dez dias antes da menstruação. Para serem caracterizados como TPM, eles têm de desaparecer por pelo menos 15 dias. Se a mulher não melhorar nesse período, é possível que seja outra doença, não TPM. Enxaquecas e depressão, por exemplo, tendem a se intensificar no período menstrual.

Existem mais de 150 sintomas relacionados à doença, que foram divididos pelos médicos em quatro tipos predominantes para direcionar o tratamento: A (ansiedade), C (compulsão alimentar), D (depressão) e H (hídrico, que inclui os inchaços generalizados). No mesmo mês, é possível apresentar mais de um ou todos os sintomas simultaneamente.

Mas não se descabele. Antes de sair por aí dizendo que o universo, a sociedade moderna e os filhos conspiram contra você, saiba que TPM tem cura. O primeiro passo é descobrir qual o seu tipo. A investigação é baseada num questionário da Organização Mundial da Saúde que avalia padrões físicos e comportamentais antes e depois da menstruação, que deve ser preenchido diariamente por três meses.

De cara alegre

O tratamento varia conforme os sintomas e sua intensidade. É individualizado e amplo, incluindo de dietas alimentares a medicamentos, mulheres que sofrem de inchaço, por exemplo, pode ser tratado com diuréticos, o que não beneficiaria as que têm oscilações de humor. Não existe fórmula mágica. Em geral, todas as mulheres têm de fazer algumas adaptações no dia-a-dia. Medicamentos não são suficientes se não houver mudanças no estilo de vida. Os sintomas voltam depois que o uso for interrompido.

Evitar discussões durante a TPM, de fato, é uma medida sensata. Se o filho se portou mal ou o chefe faz algo que você discorda, respire fundo antes de agir. Deixe para pedir divórcio ou demissão depois que a TPM acabar (hahaha). É provável que você mude de ideia. Encarar a vida com bom humor, acredite, faz diferença. O aumento dos níveis de serotonina no organismo também favorece o bom funcionamento dos ovários.

Durante a TPM, vale chorar escondida no banheiro. Mas lembre-se de que tudo vai passar depois de alguns dias, então, ria de si mesma para variar.

E você, como faz para conciliar TPM e maternidade sem entrar em curto?

Foto: Thinkstock

Matéria do Blog Mães Brasileiras

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