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Trabalho home office: uma tendência

por Universo Jatoba

Depois de 3 anos trabalhando no esquema de Home office, Juliana Mendes, 34 anos, gerente de negócios de uma grande empresa, decidiu voltar à sala que ocupava no sétimo andar de um prédio na zona sul de São Paulo.

– Você está louca? Perguntou Mara, uma amiga de longa data. Vai voltar a encarar 3 horas de trânsito todos os dias e abrir mão de ficar perto dos seus filhos?

– Este é o problema, Mara. Os meninos me cobram atenção o tempo todo e interrompem meu trabalho. Fica difícil me concentrar. Sem falar que já engordei 5 quilos desde que vim trabalhar em casa. A geladeira é uma tentação!

Juliana está na contra mão de uma tendência mundial. O chamado Home Office ou Trabalho remoto já é a opção de mais de 30 milhões de brasileiros, segundo o Censo 2010, realizado pelo IBGE.

De acordo com uma pesquisa divulgada pela consultoria Robert Half com 1.876 diretores de Recursos Humanos em 16 países,  para 47% dos entrevistados brasileiros, o trabalho remoto aumentou nos últimos três anos.

Em várias empresas de ponta no País, a maioria multinacionais, o home office já atinge cerca de 30% dos cargos, em regime parcial, uma ou duas vezes por semana.

A ideia de trabalhar em casa é tentadora pela oportunidade de conquistar uma melhor qualidade de vida. Quem troca o escritório da empresa pelo escritório da casa acaba evitando o estresse das horas no trânsito, os gastos com transportes e possíveis problemas de saúde decorrentes destes transtornos, sem falar que contribui com a preservação do meio ambiente, já que deixa de emitir gases poluentes na atmosfera.

Preocupado com a emissão de CO2, o governo londrino saiu na frente e anunciou o chamado “Anywhere Working”, (“trabalhando em qualquer lugar”), para  incentivar empresas a reduzir o deslocamento de seus funcionários, sugerindo a implementação de jornadas flexíveis e o uso do trabalho remoto.

O Home Office também permite ter  mais  tempo com a  família, acesso a uma alimentação caseira e mais saudável  e realizar  atividades paralelas para oxigenar o cérebro e melhorar a produtividade.

Para as empresas, as vantagens também podem ser muitas. “O home office possibilita reduzir o espaço físico da empresa e, consequentemente, o custo do imóvel. Ela ainda economiza nos custos físicos de manter um funcionário trabalhando internamente, já que ele não frequenta o cafezinho, não usa o telefone da empresa e não depende de serviços do escritório.

“Há ainda o reforço de um comportamento globalizado,  que exige o trabalho à distância entre membros de uma mesma equipe de profissionais, atuando simultaneamente em diferentes regiões, aculturando-os a trabalhar dessa forma, economizando tempo, transportes e hospedagens para se encontrarem”, diz Sérgio Amad Costa,  professor de Recursos Humanos e Relações Trabalhistas da FGV-SP.

Então, porque será que a Yahoo, uma das maiores empresas da internet no mundo, decidiu acabar com o Home Office para os funcionários, alegando que trabalhar em casa gera prejuízos na agilidade e na qualidade dos serviços?

“É algo pontual, específico ao momento, por que a Yahoo está passando por uma  reestruturação. Em geral, esta é uma tendência irreversível, de ordem econômica, propiciada pelo desenvolvimento da tecnologia da comunicação” , completa o professor Amad Costa. Mas engana-se quem pensa que o home office é apenas uma simples mudança de local físico. Optar por trabalhar em casa exige também uma mudança de comportamento.

E um planejamento por parte da empresa, que precisa organizar uma metodologia de avaliação de ação e acompanhamento do trabalho executado pelo funcionário que não está no escritório. A empresa precisa ter uma estrutura preparada para essa modalidade e verificar se a pessoa tem o perfil adequado para esse tipo de trabalho. Caso contrário, vai conviver com o fantasma da queda de produtividade.

Em janeiro foi divulgada uma pesquisa de uma empresa de consultoria internacional que ouviu 24 mil profissionais em 90 países para saber quais são os três maiores obstáculos para quem trabalha em casa. No Brasil o resultado foi:

– 64%: ter crianças e familiares exigindo atenção;

– 44%: dificuldade de concentração;

– 44%: crianças, familiares e animais de estimação que atrapalham ligações telefônicas.

Portanto, para o funcionário, o desafio é administrar a rotina com disciplina para cumprir o horário das atividades, dando conta da agenda de compromissos. Por outro lado, ficar atento aos limites para não exagerar e transformar a vida numa rotina de “horas-extras”.  É necessário contar com a colaboração da família e manter uma estrutura adequada, um escritório em um ambiente reservado das áreas de convivência familiar.

Para não correr o risco de isolamento e estagnação profissional, não se deve perder o contato com a empresa e com os colegas. Visitas e reuniões regulares são bem-vindas.

Eu integro a turma do Home Office com muito prazer! Desde que optei por esta modalidade ganhei mais qualidade de vida, mais motivação, até mesmo para bancar minha decisão e, de quebra, um presente que está acima de tudo, inclusive do trabalho: o privilégio de dar banho nas crianças ao meio dia e colocá-las pra dormir o soninho das 5 da tarde.

Site indicado: (www.gohome.com.br)

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