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Fibra do coco verde na construção civil

por Ivana Jatoba

Mesmo antes de me envolver numa organização não governamental que pratica a coleta de lixo nas praias e mares das nossas cidades, eu me perguntava para onde iria tanta casca de coco verde descartada pelos banhistas depois que bebiam a água do fruto. O “resíduo” é relativamente pesado, volumoso e cheio de fibra. Destiná-lo ao aterro sanitário é burrice, pensava. E eu estava certa. Após algumas verificações, constato que a fibra do coco verde vem ganhando destaque em diversas indústrias, dentre elas a da construção civil.

A fibra do coco verde tem um excelente potencial para uso na construção. Como fibra natural, pode apresentar boa rigidez dielétria, alta resistência a impactos, durabilidade e versatilidade . Com ela, é possível fabricar painéis com diversas utilidades nas obras. Depois de seca e desfiada, a fibra é misturada com uma resina e depois prensada. Pode ser também misturada ao cimento para então ser aplicada no fibro-cimento ou no concreto fibra. Mas, neste caso, o cimento a ser utilizado deve ter baixa alcalinidade, para evitar a destruição das fibras que o cimento comum causa.

Em forma de manta, a fibra da casca do coco verde apresenta ótimo desempenho em taludes nas margens de estradas, encostas, áreas de reflorestamento e qualquer superfície de solo muito inclinada ou sujeita a erosões. Isso porque o emaranhado da manta ajuda a “segurar” a terra e acaba, com o tempo, fazendo parte dela.

Outra vantagem da fibra do coco é que os painéis dela fabricados são ótimos isolates térmico e acústico. Isso no mercado atual de construção é de extrema necessidade, pois confere conforto ao ambiente com redução de uso de energia. Na produção de pisos e almofadas de portas a fibra de coco também está presente.

Vemos então que a utilização da fibra da casca do coco verde na construção civil é crescente e vem se diversificando com o tempo. Ávido por inovações sustentáveis, este mercado não poderia contar com algo melhor. O único agravante é a escassez de beneficiadores para este fim. Mas tudo leva a crer que este problema acabará e assim os cocos vazios nas areias e lixeiras das praias e parques terão um destino muito mais nobre. Concorda?

Ivana Jatobá é Engenheira Civil graduada na Universidade Católica do Salvador, especializada em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia e Mestre em Gerenciamento de Engenharia Ambiental pela University of Technology, Sydney, Austrália. Atua como consultora em implantação de sistema de qualidade ISO 9001 e Meio Ambiente ISO 14000 em canteiros de obras.

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