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Desempenho das edificações

por Ivana Jatoba

Quando vamos comprar qualquer produto ou serviço, queremos que nossas expectativas sejam atendidas quanto ao desempenho e às qualidades da nossa aquisição, não é? Seja um carro, ou um celular ou mesmo uma diária em um hotel, queremos um retorno positivo em troca do dinheiro que desembolsamos. E quando compramos um imóvel, a regra é ainda mais severa, pois estamos tratando de um bem de longa duração, algo para a vida toda. Mas como avaliar o desempenho de um imóvel?

Se você nunca ouviu falar, existe uma norma publicada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que aborda este aspecto nas construções. É a NBR 15.575, cujo teor é descrever requisitos a serem atendidos por projetistas para que os empreendimentos tenham um nível de desempenho mínimo ao longo de uma vida útil para os elementos principais (como estrutura, vedações, instalações elétricas e hidrossanitárias, pisos, fachada e cobertura) de toda e qualquer edificação habitacional.

Por exemplo, num apartamento projetado de acordo com os requisitos da Norma 15.575, tanto as paredes internas, quanto as externas e também as esquadrias devem garantir adequada estanqueidade, confortos térmico e acústico. Já as instalações hidrossanitárias, em conjunto com o elemento estrutura e o elemento vedação, devem interagir numa residência, de modo a resistirem a vibrações e evitarem ruídos (quer coisa mais desagradável do que ouvir o vizinho acionando a descarga do banheiro?).

As características do entorno também devem ser consideradas na elaboração dos projetos, tais como: Urbanísticas (rede viária, proximidade de ferrovias ou aeroportos etc); Geomorfológicas (topografia, formação do solo e do subsolo, posição do lençol freático); Ambientais (regiões litorâneas, poluição do solo e do ar, terrenos com passivo ambiental) e Climáticas (regime de chuvas e de ventos, temperaturas, umidade relativa do ar, níveis de radiação solar, etc).

Como se pode ver, a essência desta norma está baseada na sustentabilidade, pois o cumprimento dos seus requisitos converge para o aumento da vida útil das edificações (estabelecida o mínimo de 50 anos) e assim evita o retrabalho e o desperdício de materiais com reformas em edificações recém construídas. Quem nunca ficou indignado ao ver prédios com menos de dois anos de vida apresentarem rachaduras, vazamentos e outras patologias?

Pois bem, se você quer comprar um imóvel, verifique se a elaboração do respectivo projeto foi baseada na Norma 15.575. Ela já está em vigor desde 2010. Com certeza você estará contribuindo com o comprometimento dos profissionais da construção civil perante a sustentabilidade.

Foto: Thinkstock

Ivana Jatobá é Engenheira Civil graduada na Universidade Católica do Salvador, especializada em Gerenciamento da Construção Civil pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Bahia e Mestre em Gerenciamento de Engenharia Ambiental pela University of Technology, Sydney, Austrália. Atua como consultora em implantação de sistema de qualidade ISO 9001 e Meio Ambiente ISO 14000 em canteiros de obras.

Ivana Jatobá escreve às quintas aqui no Universo Jatobá.

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