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A cor de SP

por Dennis Salim

Estamos em frente ao Hotel Puerta America em Madri. A fachada é uma obra prima de Jean Nouvel. Jura? Eu poderia afirmar que este “montão” de cores estavam é na Bahia!  Piadas de lado, merecíamos este sublime momento Arquitetônico na Av. Juscelino, na Av. Faria Lima, ou ainda na Av. Luís C. Berrini, não? Quem for de São Paulo, me diga aí…passar em frente a isto todo santo dia melhoraria o astral, certo?

Reconheço as qualidades técnicas e termoacústicas dos “prediões” instalados nas avenidas que citei acima, verdadeiros “robôs envidraçados”, com suas fachadas retas, cinzas  e espelhadas.  Porém, beleza e cor são fundamentais!

As verdades técnicas da construção civil, por vezes nem tão verdadeiras e mais propícias a fazer “alguem” enriquecer, tratam de produzir fachadas que somente refletem a cidade. E, vamos combinar que São Paulo, quando olha-se no espelho deve se encabular. Perdeu a cor, que é naturalmente brasileira.

Isto mesmo, a cor é nossa! Nasceu no Brasil. A cor estava em todo canto. A favela, que era feita de sobras coloridas de madeira, hoje está ficando cinza. As sobras de obras coloridas, outrora descartadas, agora são sobras cinzas. Só se constrói o cinza e o espelhado em São Paulo. Tem que mudar, urgente!

 

Dennis Salim é arquiteto e urbanista, atua na área de arquitetura de interiores. Ministrou cursos de cenografia e atuou como cenógrafo e diretor de teatro.

Dennis Salim escreve às terças-feiras aqui no Universo Jatobá.

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