Quebre o ciclo
No dia 8 de março, operárias de uma fábrica de tecidos em Nova Iorque organizaram uma grande greve. Elas reivindicavam melhores condições de trabalho. Na época, trabalhavam 16 horas por dia e recebiam um terço do salário dos homens.
As trabalhadoras foram reprimidas com muita violência e trancadas no interior da fábrica, que foi impiedosamente incendiada. Cerca de 130 tecelãs morreram carbonizadas neste ato desumano.
Somente em 1975, por meio de um decreto, a ONU – Organização das Nações Unidas oficializou a data como o dia internacional da mulher, lembrando que não apenas para se comemorar, mas para a realização de conferências, debates e reuniões que discutem o papel da mulher hoje na sociedade.
Mesmo com um importante espaço conquistado na sociedade e com as mulheres tendo a característica única de conseguir ser mãe, dona de casa, esposa e ainda se destacar no mercado de trabalho, elas ainda são vítimas de desrespeito e desigualdade.
Uma em cada cinco mulheres considera já ter sofrido algum tipo de violência por parte de algum homem, conhecido ou desconhecido; o parceiro (marido ou namorado) é o responsável por mais de 80% dos casos reportados.
O Balanço dos atendimentos realizados de janeiro a junho de 2014 pela Central de Atendimento à Mulher revelou que 77% das mulheres que relatam viver em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente.
Por outro lado, diante de dados tão negativos, o Ipea – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um dado bastante interessante sobre a Lei Maria da Penha: ela diminuiu a tendência de crescimento da violência contra a mulher em cerca de 10%. O que isso quer dizer? Que não houve apenas uma queda no número absoluto de mulheres agredidas, mas também uma queda na intenção de agredir e isso é realmente algo que transforma a sociedade.
Diante desse cenário, minha dica para cada uma de vocês é que mude o ciclo e denuncie diante de qualquer ameaça ou ato de violência.
Afirmo: vocês são suficientemente especiais. Fica a dica: cuidem da saúde, previnam-se e sejam imensamente felizes. Disque 180.
Foto: Thinkstock
Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.
Dr. Thomas Moscovitz escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.
Deixar um comentário