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Quando falar com os filhos sobre sexo

por Dr. Thomas Moscovitz

Não é nada fácil conversar com os jovens sobre temas relacionados à sexualidade, mas garanto, como médico e pai , que é fundamental para que cresçam  saudáveis e façam certas escolhas à medida que crescem.

Meu conselho é deixar de tratar como tabu assuntos como masturbação, sexo e camisinha e colocá-los em prática em momentos de descontração da família. Ouça o seu filho mesmo que não concorde com algumas posturas. É importante você saber que as motivações para o sexo na adolescência são muitas e, independente da cultura ou religião, a conversa sempre é importante. Além dos fatores hormonais, que levam os jovens a curiosidades relacionadas ao sexo, o mundo de hoje favorece o contato com tais discussões, seja pela televisão, internet ou na roda de amigos.

O fundamental é estabelecer um elo de confiança entre pais e filhos, para que os estejam à vontade na hora de tirar uma dúvida, dar um conselho e até mesmo uma bronca. É correto afirmar que as mulheres amadurecem mais rápido no físico e no emocional. Não é anormal que se apaixonem por garotos um pouco mais velhos, principalmente quando os sinais da puberdade aparecerem. Aproveite a época para levar a garota a um ginecologista, para aprender, através de um profissional, mais sobre seu corpo e tudo que possa afligi-la neste período. Já nos meninos, é bastante comum que aos 14 anos tenham corpo, voz e rosto de criança. Pode ser que se sintam rejeitados e, neste caso, o apoio dos pais é indiscutível.

Independente do ato de transar ou não, é interessante que tenham uma vida sexual saudável e isso depende inteiramente da relação com a família.
A masturbação é comum e deve ser encarada sem culpa, medo, nojo ou repressão em relação ao corpo e aos genitais. O que os pais podem fazer para colaborar é não invadir a privacidade do jovem, bater na porta do quarto antes de entrar ou se limitar em fazer qualquer tipo de comentário em público.

Iniciada a vida sexual, os familiares devem sempre ficar atentos com os namoros. Muitas meninas e meninos usam preservativos no início do relacionamento, mas, depois de algum tempo, deixam de usá-lo. Está aí uma fase que os pais devem ficar sempre alertas às doenças sexualmente transmissíveis ou a uma gravidez indesejada, situações que podem acabar com os sonhos e toda a família.

Antes da primeira relação, garotos e garotas terão dúvidas do tipo: será que a primeira vez vai sangrar? Será que vai doer? Posso pegar alguma doença já na primeira relação sexual? Estas são respostas que os pais devem estar preparados para dar e, se não souberem, pesquisar junto e com naturalidade.
Você pode estar se perguntando, qual a idade correta para começar a responder a estas perguntas? Acredito que não há uma idade determinada. Não adianta abrir para discussão quando eles já estiverem com 15 e 16 anos e confusos em relação aos temas que o período proporciona. Conversar sobre valores e expectativas, enquanto seu filho é criança, vai ajudá-lo a partilhar de informações e opiniões com você.

O corpo é fonte de vida e de prazer e, por isso, deve ser tratado com todo o respeito. O diálogo é uma das formas mais lindas de amor e respeito. Converse com o seu filho (a).

 

Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.

Dr. Thomas Moscovitz escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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