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O HPV e a juventude

por Dr. Thomas Moscovitz

O início da vida sexual está ocorrendo cada vez mais cedo, muitas vezes escondido dos pais e sem orientação. Ressalto, principalmente aos jovens, a importância do uso do preservativo desde o início da relação, mesmo antes da penetração, já que o HPV é uma infecção que pode se proliferar apenas do contato com a pele e com as genitálias.

Para combater o Vírus Papiloma Humano (HPV), o Ministério da Saúde anunciou oficialmente a oferta da vacina na rede pública de saúde. Em 2014, meninas de 10 e 11 serão vacinadas, desde que autorizada pelos responsáveis. A faixa etária foi escolhida para que elas possam ser imunizadas antes mesmo da primeira relação sexual e visa cobrir pelo menos 80% do público-alvo.

Cerca de 5 mil locais, entre postos de saúde e escolas, oferecerão a vacina. No entanto, ainda preocupa o governo o fato de estas meninas acharem que a vacinação dispensa o uso da camisinha e das idas frequentes ao ginecologista. Por isso, a orientação familiar é de suma importância.

Cerca de 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do HPV. Estima-se que, em 2013, surjam 17,5 mil novos casos de câncer no colo do útero, sendo o HPV uma das principais causas. Segundo dados do Ministério da Saúde, o grupo de risco é formado por mulheres entre 15 e 25 anos de idade. A vacina, que será produzida pelo Instituto Butantã e pela Merck, será administrada em três doses, e protegerá contra quatro, dos mais de cem tipos de HPV: 6, 11, 16 e 18. Em 70% dos casos de câncer do colo do útero, há vestígio da presença dos subtipos 16 e 18.

A maioria das infecções por HPV é assintomática ou inaparente, por isso a importância de ir periodicamente ao ginecologista e submeter-se ao exame Papanicolaou mesmo sem ter tido alguma relação sexual recente.

É importante ressaltar que o HPV pode ficar adormecido e se manifestar quando a imunidade cai ou ser contraído pela utilização de uma mesma toalha, mesmo que a chance disso acontecer seja pequena – a toalha contaminada precisa estar em contato direto com a mucosa genital, portanto, a chance de contaminação é pequena.  Ainda, pode ser transmitida pelo sexo oral e por via sanguínea, de mãe para filho na hora do parto. Algumas vezes a infecção desaparece sem deixar qualquer vestígio. Quando o médico diagnostica a doença, não é possível saber quando ela de fato foi contraída.

Os tipos menos graves da doença podem provocar verrugas, também conhecidas como “crista de galo”, que aparecem nas regiões genitais de homens e mulheres. Outros tipos atuam de forma silenciosa e são eles que podem acarretar problemas mais sérios como o câncer. Algumas pessoas acreditam que o HPV é como a catapora e que o organismo cria uma imunidade contra o vírus. Lembro que esta imunidade não é tão duradoura quanto a que a vacina proporciona.

Algumas pesquisas mostraram que as doses foram eficazes após oito anos da aplicação da vacina. Converse com a sua filha, explique sobre a doença e da importância da vacinação, afinal, quem ama, cuida.

 

Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.

Dr. Thomas Moscovitz escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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