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Já imaginou seu avô fumando crack?

por Giana Ramos

É quase impossível imaginar idosos consumindo drogas, isto é, as drogas ilícitas, crack, cocaína, maconha entre outras, pois acreditamos que essa “doença” só atinge os jovens. E por esse motivo aqui no Brasil não existe uma estimativa exata do número de usuários de substâncias ilícitas com mais de 60 anos, a prevalência mundial diz que 20% dos dependentes químicos são da terceira idade. Os profissionais da área da saúde durante as rotinas hospitalares e ambulatoriais, muitas vezes, nem cogitam a possibilidade de fazer essa pergunta e o idoso por medo ou vergonha também não declara sua dependência dificultando a intervenção precoce.

A capital do Espirito Santo é uma das poucas cidades brasileiras que estão identificando os usuários de cabelos brancos, estes já representam 0,2% da população idosa da cidade. Um estudo americano divulgou que um terço desse público (acima de 60 anos) consumiu álcool e 3,5% consumiram uma ou mais substâncias ilícitas em 2013 (idade maior que 50 anos). No Centro de Atenção Psicossocial de Ribeirão Preto são quase 200 idosos que procuraram o serviço para tentar livrar-se do problema com as drogas ilícitas, sendo que o Crack tem se tornado o entorpecente mais usado por causa do fácil acesso e baixo custo. Sandra Pillon afirma que esses idosos já eram dependentes químicos ou envolvidos com a criminalidade, acredita-se que nas próximas décadas o uso seja mais disseminado aumentando o número de usuários.

Os especialistas dizem que esse público tem procurado as drogas em busca de uma forma de prazer ou para auxiliar nas dificuldades típicas da velhice, como as dores e sofrimentos ocasionados pela perda de parentes e cônjuges; hábitos de vida, personalidade, amigos, as condições de saúde e psicológicas também contribuem para a disseminação do vício. Os idosos usam a aposentadoria, empréstimos bancários ou familiares para custear os gastos com o vício. Diversas bocas de fumo de Belo Horizonte já dispõem de atendimento preferencial como ocorre no setor de serviços, até os “traficantes empreendedores” estão investindo na terceira idade, afinal é a faixa etária que mais cresce no Brasil.

O “Hoje em Dia” programa da rede Record trouxe a história de um senhor de 66 anos, usuário de Crack que mora em Contagem, Minas Gerais, sua casa é frequentada por prostitutas, traficantes e moradores de rua, seus moveis e eletrodomésticos foram todos trocados por pedras de Crack, seus filhos e netos não o visitam por medo de sofrer assaltos e sequestros, após essa reportagem as pessoas começaram a conhecer a trágica vida dos idosos viciados em drogas, quero ser também uma propagadora dessa informação, divulgue essa informação para seus conhecidos, assim traremos a mídia um assunto que é muito preocupante.

Outro agravante é a demora para buscar ajuda, esses usuários só aceitam a internação quando estão no fundo do poço, não há um exame específico que estabeleça a dependência química, é necessário a história clínica contada pelo paciente, nesse caso os profissionais da área da saúde deveriam ser os identificadores, porém, em muitos casos, não estão habilitados para lidar com a terceira idade. O crack é uma droga extremamente viciante, ela chega ao sistema nervoso central em 10 segundos em média, ela causa grande euforia seguida de intensa depressão, então é necessário mais crack, a cocaína age de forma bem parecida, porém de mais lenta. O uso prolongado dessas substâncias causa acidente vascular cerebral (AVC), atrofia cerebral e convulsões.

Fique atento aos idosos da sua família, principalmente se eles são alcoólatras ou tem algum outro vício, quanto antes iniciar o tratamento, mais chances de cura!

Dra. Giana Ramos é graduada em fisioterapia (São Camilo – SP), Especialista em ortopedia e traumatologia (Santa Casa – SP), Especialista em Docência no ensino superior (SENAC – SP). Formação em Reeducação Postural Global e Auriculoterapia – (FENAFITO – SP). Professora do curso de formação de cuidadores de idosos (SENAC – SP), empresária do Centro de Atendimento Especializado (CAESP SAÚDE), gestora do programa de qualidade de vida na terceira idade da Vila Maria Zélia – Belenzinho – SP.

Giana Ramos escreve às terças-feiras no Universo Jatobá.

 

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