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Era uma vez: Amarone Della Valpolicella

por Ricardo Ganc

Poucos sabem que um dos vinhos míticos da Itália e do mundo foi feito por acidente. Aliás, os acidentes no mundo do vinho são responsáveis pelas melhores surpresas.

Vinhas são cultivadas na região do Vêneto desde os tempos romanos. Por volta do século II A.C. já havia documentações a respeito do Recioto (vinho doce de sobremesa).

Pois bem, este (Recioto della Valpolicella), reinou como melhor vinho da região por séculos. Até que em 1938, um vinhateiro esqueceu um barril de Recioto fermentando por mais tempo que o habitual. Após algum tempo, o açúcar do Recioto, fermentou por completo e transformou um vinho doce com níveis normais de álcool (12-130) em um vinho seco, opulento e extremamente alcoólico.

Além disso, quando jovem, tem um certo amargor característico, o que acabou por dar ao vinho o seu nome (amaro= amargo).

Desse fortuito erro, nasceu o Amarone della Valpolicella. Atualmente é vinificado com 3 uvas, após secarem naturalmente (Corvina, Rondinella e Molinara), exatamente como o Recioto della Valpolicella.

O Amarone passou a ser vendido, somente, a partir de 1953 e, desde então, é considerado um dos melhores vinhos do mundo.

Sugestões de Amarone della Valpolicella.

2007 Sartori di Verona Corte Bra, Amarone della Valpolicella Classico DOCG, Itália 92 Pts. WS. 240-280 reais.

2009 Michele Castellani Ca’ del Pipa Colle Cristi, Amarone della Valpolicella Classico DOCG, Itália. 92Pts. WS. 240-280 reais.

2007 Michele Castellani Ca’ del Pipa Cinque Stelle, Amarone della Valpolicella Classico DOCG, Itália. 95 Pts. WS. 360-400 reais. Pra tomar com os netos em, no mínimo, mais 25 anos.

Saúde!

A ideia dessa coluna semanal é discutir, mesmo que rapidamente, aspectos práticos e interessantes sobre o infinito tema do vinho, de uma maneira descontraída e relaxada. Afinal de contas, vinho é sinônimo de prazer, amizade e descontração. Além disso, por ser um tema tão vasto, sugestões e dúvidas são muito bem vindas e servirão para nos guiar sobre o que o leitor quer discutir.  

Foto: Thinkstock

 

Ricardo Leite Ganc é médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Membro Titular das Sociedades Brasileira e Americana de Endoscopia Digestiva. Membro da Associação Brasileira de Sommeliers – São Paulo. Enófilo apaixonado há 15 anos. 

Ricardo Ganc escreve às sextas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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