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Era uma vez… – A História do Vinho II – Do Faraó ao Papa

por Ricardo Ganc

Apesar de não terem descoberto o vinho, os egípcios foram os primeiros sommeliers que se tem notícia. Havia profissionais do vinho, que os provavam e os classificavam conforme a qualidade. Nas escrituras e artefatos encontrados em escavações, há referências sobre métodos de vinificação, detalhes sobre safras, produtores e sobre a qualidade dos vinhos.

Na tumba do jovem Tutankamon, não saqueada por mera sorte, foram encontradas 36 ânforas de vinho, com detalhes como safra, produtor e qualidade do líquido no interior. Estes parecem ter sido os primeiros rótulos.

O comércio do vinho já era conhecido desde então. Os Fenícios, hititas (localizados na atual Turquia) e outros povos já o faziam, porém parece que foram os Gregos que disseminaram o vinho pela Europa, inclusive para Roma.

Pois bem, Dionisio tornou-se Baco e o cultivo e o comércio de vinho tornaram-se uma das principais atividades econômicas do Império Romano. O cultivo da vinha expandiu de tal forma, que praticamente todas as grandes regiões produtoras de vinho da Europa ocidental datam desta época. Baco era um Deus adorado pelos pobres e o consumo do vinho estava diretamente ligado a ele. Por sinal, no início do cristianismo, muitos do rituais báquicos foram adotados para tentar atrair fiéis.

Por volta de 10 a 100 d.C. surgiram os primeiros “grand crus”, chamados na época de “primeiro-cultivo”, com qualidade superior, de regiões e vinhedos específicos, os melhores situavam-se em Falerno ao sul de Roma e em Alba. O melhor vinho da época se chamava “Domínio de Fausto”.

Com a fundação das primeiras padarias públicas do mundo em Roma (140-171 d.C ), os hábitos alimentares começaram a mudar e o pão começou a fazer parte da dieta dos Romanos. Nesta época, surge o conceito do “pão e circo”. Isso parece ter impulsionado ainda mais o consumo do vinho. Por estar fortemente ligado à economia do império, com o declínio deste, o mesmo ocorreu com o comércio do vinho. A Europa e o vinho entraram na idade média, uma era negra para ambos.

Saúde!

A ideia dessa coluna semanal é discutir, mesmo que rapidamente, aspectos práticos e interessantes sobre o infinito tema do vinho, de uma maneira descontraída e relaxada. Afinal de contas, vinho é sinônimo de prazer, amizade e descontração. Além disso,  por ser um tema tão vasto, sugestões e dúvidas são muito bem vindas e servirão para nos guiar sobre o que o leitor quer discutir.

 

Ricardo Leite Ganc é médico formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Membro Titular das Sociedades Brasileira e Americana de Endoscopia Digestiva. Membro da Associação Brasileira de Sommeliers – São Paulo. Enófilo apaixonado há 15 anos.

Ricardo Ganc escreve às sextas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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