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Desejo Sexual Hiperativo

por Dr. Thomas Moscovitz

De acordo com o processo evolutivo, diz-se que o ser humano só pratica o ato sexual porque realmente faz bem, em todos os aspectos. E faz! Aliás, um psicólogo californiano, John Tooby, afirma que o sexo garante a nossa sobrevivência.

Mas, e quando a vontade de praticá-lo é maior do que a sensatez?

A vontade obsessiva de sexo, ou hiperatividade sexual, não é prerrogativa masculina e faz com que o indivíduo apresente um nível elevado de desejos e fantasias, afetando, inclusive, as atividades diárias, o que gera transtorno e sofrimento. Além do que, a pessoa pode fugir do controle, tanto no ato de se masturbar – que pode ser de forma compulsiva (podendo até machucar os órgãos sexuais) – como em alguns comportamentos exibicionistas, quando a pessoa se sente escrava dos próprios desejos. A vida social e profissional geralmente é afetada. O indivíduo pode interromper suas funções no trabalho, várias vezes ao dia, para poder se masturbar, por exemplo.
Outra característica é a busca de alta rotatividade de parceiros; a ânsia por sexo que faz com que a preocupação em se prevenir seja colocada em segundo plano.

O desejo sexual hiperativo é uma síndrome que pode ter causas diferentes. É visto como uma dependência ao sexo, que existe desde a antiguidade. Até hoje não há nada conclusivo sobre o que leva o ser humano a desenvolver esta doença, no entanto, é importante levar em conta o ambiente em que essa pessoa foi criada e seu relacionamento com a família.

Existem diferentes linhas de tratamento, porém, o mais comum é a combinação de remédios, normalmente a base de hormônios que inibam o desejo sexual, com a psicoterapia.

Ter o apetite sexual maior que a média não significa que você se enquadre nas vítimas deste transtorno, portanto, acalme-se. Ter maior liberdade para lidar com o assunto está longe de dizer que sua sexualidade seja doentia e com impulsos incontroláveis.
Ainda, lembro aos leitores que a falta de sexo também pode levar uma pessoa a se masturbar várias vezes ao dia e deixá-la completamente nervosa.

Se perceber que algo foge do seu controle, busque ajuda, lembrando que, geralmente, a forma de pensar de uma pessoa nesta condição é distorcida e, portanto, ela não admite ter o problema. Além do que, é importante saber que, quando se decide buscar um tratamento, o indivíduo, por vergonha ou emoção, pode ter uma diminuição na frequência sexual e do desejo. Nas mulheres, pode até ser que possibilite uma dificuldade em atingir o orgasmo. Por isso, é fundamental que o tratamento seja levado a sério, já que outras pessoas são envolvidas na situação, seja do círculo familiar ou o próprio parceiro.

De acordo com a DASA – Dependentes de Amor e Sexo Anônimo – a dependência por sexo é uma doença progressiva que não pode ser curada, mas, como várias outras doenças, pode ser detida. Esteja preparada para a síndrome de abstinência, tão forte e dolorosa quanto daqueles que largaram as drogas ou o álcool. Os grupos de apoio têm demonstrado um papel relevante na terapia adjuvante.

 

Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.

Dr. Thomas Moscovitz escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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