
Depressão pós-parto – como identificar e tratar esse mal silencioso
O nascimento de uma criança sempre é considerado sinônimo de felicidade afinal, são meses de espera, ansiedade e amor acumulados. Mas nem sempre é assim. Em alguns casos, mesmo que o contexto seja positivo, uma parcela das mulheres que acabam de dar à luz se vêem tomadas pela tristeza e melancolia. É a chamada depressão pós-parto.
É comum a irritabilidade, o cansaço e a vontade de chorar por qualquer coisa logo após o parto. Os níveis de alguns hormônios caem bruscamente, causando as alterações de humor. Vale o alerta quando essas sensações não passam e o prazer de cuidar do bebê e de vivenciar a maternidade acaba perdendo sentido.
Segundo especialistas, quando os sentimentos ruins e até um certo desespero se tornam constantes, e em casos mais graves, quando a mãe perda a vontade de viver, pensa ou fala em agredir a criança ou até a si mesma, são indícios claros de que ela esteja enfrentando a depressão. Nesses casos, a mulher precisa ser acompanhada por um médico psiquiatra, que recomendará um tratamento à base de medicamentos.
O obstetra, por sua vez, é fundamental para a identificação dos primeiros sinais da depressão. É ele que encaminha a mãe para o tratamento. Se ela já passou por alguma outra doença mental antes, como a própria depressão ou síndrome do pânico, ele deve ficar atento ainda durante a gravidez e acompanhar. O profissional também poderá acompanhar o estado psíquico dela após o parto, sempre nas primeiras semanas de vida da criança.
PREVENÇÃO
O melhor caminho para prevenir a depressão pós-parto é prestar atenção no histórico e no comportamento da futura mãe antes do parto. Um estudo feito pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, observou o caso de cerca de oito mil mulheres com graus diferentes de depressão pós-parto e a conclusão foi que dois terços das mulheres com sintomas severos da doença começaram a manifestar a doença ainda durante a gestação e não só após darem à luz.
Essa mesma pesquisa descobriu ainda que as mulheres com uma versão moderada de depressão pós-parto revelaram os sinais após o nascimento dos filhos, porém 60% delas tiveram problemas durantes às gestações como diabetes gestacional, pré-eclampsia, ou hipertensão.
De acordo com os cientistas, essa descoberta é um grande avança para facilitar o diagnostico precocemente e, dessa forma, buscar o tratamento especifico.
DÁ PARA EVITAR?
Esse mal pode e deve ser evitado. Se a futura mãe já sofreu de doenças parecidas com a depressão ou se passa por situações estressantes, que possam desencadear o transtorno, ainda durante a gestação, ela, o médico obstetra, o parceiro e a família devem começar a ter cuidados redobrados e fazer o acompanhamento de possíveis alterações de comportamento de perto.
E se não for possível evitar e a depressão pós parto for diagnosticada, não há motivo para pânico. Medicamento, terapia e apoio das pessoas próximas apresentam bons resultados e em até oito semanas a mãe já apresenta sinais de melhora, fortalecendo os laços com seu bebê e recuperando a alegria de viver.
Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.
Dr. Thomas Moscovitz escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.
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