Câncer de mama. Tire suas dúvidas
Houve uma considerável evolução no tratamento do câncer de mama nos últimos anos. Ficou para trás aquela época em que o médico-cirurgião retirava o seio por inteiro, inclusive gânglios e músculo. No entanto, precisou destas cirurgias maiores para se descobrir um avanço na cura do câncer e, em grande parte dos casos, a mutilação se tornou ato do passado, afinal, foi percebido que não era preciso procedimentos tão ardilosos para a retirada de tumores pequenos, de 2,5 cm, por exemplo. E, a partir daí, é sim possível afirmar que muita coisa mudou.
Os procedimentos atuais costumam ser menos invasivos e mais econômicos graças aos diagnósticos cada vez mais precoces. Nestes casos, o que geralmente acontece é a exclusão de um fragmento da mama e gânglios debaixo do braço. Quando descoberto cedo, é possível conter as células malignas.
Radioterapia são raios X de alta tensão que transpassam a mama e matam os focos de células malignas que tenham sido desarraigados com a cirurgia. Portanto, as cirurgias conservadoras de retirada de tumores são sempre seguidas deste tratamento. No entanto, o tratamento não extingue a possibilidade da doença se espalhar para outros órgãos. Esta já é a atribuição da quimioterapia, que é eficaz, porém, com efeitos colaterais impossíveis de serem evitados.
Diferente do que pensam, a quimioterapia não é um tratamento baseado em produtos químicos; os quimioterápicos são derivados da natureza e são extraídos de alcaloides, raízes, cascas de árvores e vários tipos de fungos e micróbios. Até 20% dos casos tratados previamente com quimio são curados.
Uma curiosidade é que, do mesmo jeito que este tratamento destrói as células tumorais, mata os glóbulos brancos, deixando a mulher mais suscetível a infecções. Hoje existem medicações que contornam esta realidade, impedindo a queda dos glóbulos brancos e mantendo o sistema imunológico em níveis adequados.
Mulheres cuja doença se disseminou pelo corpo, normalmente não conseguem ser curadas. Mas isso não quer dizer que a metástase leve à morte imediata. Há pacientes que vivem anos nesta situação, já que a doença é praticamente assintomática e pode ser controlada.
Bacana mesmo é saber que a consciência e o comportamento das mulheres mudaram e que preocupações como a queda de cabelo tornaram-se secundárias. O que elas querem mesmo é ficar curadas e, a grande maioria, se mostra preparada para enfrentar os desafios em busca da cura. Não se esqueça: a prevenção é sempre o melhor caminho.
Dr. Thomas Moscovitz – Doutor pela Faculdade de Medicina da USP. Especialista em: Ginecologia – Obstetrícia – Videolaparoscopia – Videohisteroscopia. Assistente Voluntário do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Médico Ginecologista na Granmedic.
Dr. Thomas Moscovitz escreve às segundas-feiras aqui no Universo Jatobá.
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