
Aprenda a forma certa de preparar e consumir chás
Tomar um bom chá preto, verde, de ervas, flores, frutas ou raízes primariamente é um hábito ligado ao prazer, conforto e ao convívio social.
O chá é uma das bebidas mais consumidas no mundo. É uma das fontes mais ricas em flavonoides e pode ser utilizado pelas suas propriedades terapêuticas desde que se saiba quando, quanto e como utilizá-lo. Cada planta tem os seus princípios ativos respectivos fazendo com que a sua ação farmacológica dependa da correta preparação e utilização.
FORMAS DE CONSUMO
A princípio toda folha, flor, fruto, casca ou raiz das plantas não tóxicas podem entrar como ingredientes para o chá, sendo necessário estabelecer distinções entre as plantas meramente aromáticas, as medicinais e aquelas que têm as duas características.
A melhor forma é a infusão das folhas e flores. Os saquinhos normalmente têm quantidades menores do princípio ativo da planta. Use preferencialmente a erva in natura ou a erva seca.
OS INDUSTRIALIZADOS
Os de lata e de caixinha têm pequenas quantidades da erva e, muitas vezes, têm açúcar e outras substâncias que só realçam o sabor. Os princípios ativos com funções terapêuticas são menores, ou seja, a quantidade do chá e seus princípios ativos ali é pequena e, quanto menos mistura tiver, melhor o efeito benéfico do chá .
PREPARO
O chá deve ser preparado na forma de infusão, colocando em média 1 colher de sopa cheia da erva para 1 litro de água, ou 1 colher de chá da erva para 1 xícara de água. Deixe a erva seca na água quente de 2 a 10 minutos. Coe e beba.
Para melhorar a aceitação devido ao gosto amargo de algumas ervas, uma boa dica seria colocar uma rama de canela na preparação. O melhor horário também depende da atividade esperada. O melhor seria ingerir o chá pelo menos 1 hora após as refeições, para que não haja competição dos fatores anti-nutricionais do chá com os nutrientes vindos dos alimentos.
Considerando o hábito de ingestão de chá com leite em muitos países ocidentais e que as proteínas podem ligar-se de forma eficaz aos flavonoides, diminuindo sua absorção, o chá quando acrescido de leite, perde significativamente suas concentrações de catequina diminuindo suas ações.
Para os chás ricos em tanino, como o chá verde, deixe pouco tempo em infusão (até 3 minutos) para que o sabor não fique tão amargo.
FUNÇÃO TERAPÊUTICA | ERVAS | AÇÃO |
LAXATIVOS | Cáscara sagrada, zimbro, hortelã, capim cidreira e carqueja. | Estimulam o peristaltismo e a motilidade, aumentando a frequência evacuatória. |
DIGESTIVOS | Hortelã, camomila, sálvia, alecrim, anis estrelado, espinheira santa, dente–de- leão, erva-doce, alfavaca, angélica, coentro, poejo, cravo da índia, cominho, cardomomo, coentro, menta, gengibre e alho (bulbo).
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Favorecem uma melhor digestão e diminuem a formação de gases estomacais ou intestinais. |
HEPATOPROTETORES
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Boldo, funcho, genciana, carqueja, cardo mariano, alcachofra e hortelã. | Ação benéfica sobre o fígado. Aumenta a secreção biliar. |
DIURÉTICOS | Cavalinha, carqueja, bardana (raiz), cabelo de milho, chapéu-de-couro, dente-de-leão e alfafa. | Aumentam a excreção de toxinas pela urina e diminui o inchaço. |
CALMANTES | Capim cidreira, maracujá, hortelã, tília, melissa, angélica, folha de alface e camomila. | Exercem função calmante sobre o sistema nervoso e induzem ao relaxamento e ao sono. |
ANTIOXIDANTES ANTIINFLAMATÓRIOS E ANTIENVELHECIMENTO | Produzidos a partir de folhas da Camellia sinensis, chá verde, chá branco e chá vermelho. | Ricos em polifenóis e catequinas, mostrando um importante efeito antioxidante; diminui a formação de radicais livres; diminui a absorção da gordura e tem efeito termogênico (utilização da gordura como fonte de energia). |
Dra. Lucyanna Kalluf é graduada em Nutrição e Farmácia e Bioquímica (PUC –PR). Mestre em Medicina Interna – Depto. de Clínica Médica Universidade Federal do Paraná (UFPR). Especialista em Farmacognosia- Ciências Farmacêuticas/UFPR. Especialização em Nutrição Clínica Funcional. Formação em Antroposofia na Saúde – ABMA-SP. Nutricionista colaboradora da Resolução n.402/2007 do Conselho Federal de Nutricionistas, que regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista. Autora do livro “Fitoterapia Funcional: dos princípios ativos à prescrição dos fitoterápicos”. Professora de cursos de Pós-graduação e de extensão em todo país e Diretora da Natunutry Núcleo Nutrição e Clínica Personalizada em São Paulo.
Lucyanna escreve às quartas-feiras aqui no Universo Jatobá.
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