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A nutrição e seus benefícios para a saúde muscular

por Patricia Ruffo

Com o passar dos anos, é natural se deparar com a perda de massa muscular, mas a evolução desse processo exige cuidados. Para se ter uma ideia, a partir dos 40 anos1-4, o indivíduo já começa a perder 8% dessa massa a cada década, e aos 70 anos o quadro se acentua, atingindo índice de 15%.

Essa degradação do músculo, se não tratada, pode levar à sarcopenia – perda drástica de massa muscular – comprometendo a funcionalidade, autonomia, independência e, consequentemente, a qualidade de vida. No artigo de hoje, explico como é possível reverter esse quadro por meio da nutrição e garantir a saúde dos músculos.

A perda de funcionalidade, que está atrelada à baixa mobilidade física e saúde muscular, afeta principalmente os idosos. Segundo estudo do IBGE5, as mais altas percentagens de pessoas com 60 anos ou mais que se queixam de falta de mobilidade física variam entre 25,5% e 35,5% no Brasil, a depender da região do país e variáveis sociais, como instrução e renda. São taxas elevadas, considerando que hoje somos mais de 25 milhões de pessoas nessa faixa etária, que irá crescer ainda mais6. Entende-se por funcionalidade a capacidade de realizar atividades de vida diária, como subir uma escada, caminhar e erguer objetos8-9, ou seja, viver bem.

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Fica claro que manter a funcionalidade na medida em que a expectativa de vida cresce significa muita coisa: autonomia, independência e qualidade de vida para viver mais plenamente. E isso tem muito a ver com a alimentação. É justamente neste estágio da vida que o corpo necessita de nutrientes especiais para garantir um envelhecimento mais saudável.

Inclusive, envelhecer bem é justamente uma das principais metas do brasileiro hoje. Em pesquisa que concluímos na Abbott, intitulada “O que é para o brasileiro viver ao máximo?”, realizada em todo o Brasil, 94% dos entrevistados declarou que envelhecer de modo saudável é essencial a uma vida plena.

Atualmente, estamos estudando o impacto da boa nutrição na saúde, incluindo a importância de nutrientes e ingredientes como:

  • Proteína e seu papel na saúde muscular.
  • HMB (β-hidroxi-β-metilbutirato), ingrediente que atua junto com a proteína para manter e restaurar os músculos.
  • Vitamina D, que também contribui para a absorção do cálcio, levando ao fortalecimento dos ossos.

HMB – prevenção e tratamento

O HMB é pouco conhecido. A sigla quer dizer beta-hidroxi-beta-metilbutirato, um composto vital para a saúde muscular, pois atua com a proteína para preservar as células do músculo, mesmo durante a perda da massa muscular. Como ele funciona? O HMB estimula a produção da proteína, que por sua vez ajuda o corpo a manter e restaurar a massa muscular. Ele vem demonstrando que ajuda os idosos a manter sua saúde muscular à medida que envelhecem ou quando ficam doentes – ajudando inclusive a minimizar a perda muscular durante o repouso10.

O HMB pode ser encontrado em alimentos como abacate, aspargo, frutas cítricas e couve-flor. Estudos demonstram que 3g de HMB por dia são benéficos à saúde do músculo. Porém, essa quantidade é extremamente difícil de ser obtida a partir de uma dieta normal, dadas as quantidades baixas de HMB disponíveis em alimentos. Estudos já mostram uma maior eficácia do HMB quando os suplementos nutricionais estão associados com alto teor proteico e calorias adequadas.

Nos próximos 10 anos, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos11. Isso reforça a importância da prevenção e manutenção da saúde muscular para uma longevidade saudável, e a nutrição tem uma contribuição importante para o condicionamento físico e a resistência muscular, essenciais para uma vida ativa.

Referências:  

  1. Grimby GB et al. Acta Physiol Scand. 1982;115:125.
  2. Larsson L et al. J Appl Physiol. 1979;46:451.
  3. Flakoll P et al. Nutrition. 2004;20:445-451.
  4. Baier S et al. J Parenter Enteral Nutr. 2009;33:71-82.
  5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Sobre a Condição de Saúde dos Idosos. Indicadores Sociodemográficos e de Saúde no Brasil. 2009. 8 p (Cartograma 01 – Prevalência de Incapacidade Funcional em Mobilidade Física das Pessoas de 60 anos ou mais, segundo as mesorregiões de residência – Brasil – 2000).
  6. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Website, consultado em 27/10/2016.http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
  7. Houston DK, Nicklas BJ, Ding J, et al. Dietary protein intake is associated with lean mass change in older, community-dwelling adults: the Health, Aging, and Body Composition (Health ABC) Study. Am J Clin Nutr. 2008;87:150-155.
  8. Baumgartner RN et al. AM J Clin Nut. 1998; 147:755-763
  9. Pichard C et al. AM J Clin Nutr. 2002; 79:613-618
  10. Baumgartner RN et al. AM J Clin Nut. 1998; 147:755-763
  11. Pichard C et al. AM J Clin Nutr. 2002; 79:613-618

Patrícia Ruffo é Gerente Científico da Divisão Nutricional da Abbott. Formada em Nutrição pela Universidade de São Paulo (USP), Doutoranda em Ciência pela Escola Paulista de Medicina, Patrícia possui Mestrado em Ciências pela Faculdade Medicina de São Paulo.

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