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A difícil e importante tarefa de assumir responsabilidades

por Debora Ganc

Esta semana fui almoçar com uma amiga que se queixou de sua vida assim:

– Minha vida está um atoleiro, todos os dias é a mesma coisa, a mesma rotina. Me sinto entediada e desmotivada.

No consultório, atendi a um casal que estava em vias de se separar e, segundo o relato deles:

– O amor acabou. Nós gostamos um do outro mas, o amor acabou.

Também no consultório, outra cliente falando de sua amiga de infância:

– Não sei o que aconteceu, éramos muito chegadas, mas crescemos em direções opostas.

O que estas afirmações, “um atoleiro”, “o amor acabou”, “não sei o que aconteceu”, “direções opostas” têm em comum?

Todas são uma descrição de passividade. É como se dissessem:

– Esses fatos aconteceram enquanto eu estava ocupada cuidando de meus próprios problemas. Não tenho nenhuma responsabilidade pelo ocorrido.

Se isso for verdade, certamente podemos entender o porquê das três pessoas citadas acima terem desistido. Elas sentem que, a partir do momento em que não fizeram absolutamente nada para causar tal situação, pois foi algo imposto à elas enquanto estavam olhando em outra direção, obviamente não há nada que possam fazer para mudar ou melhorar as coisas.

Esta perspectiva não está correta!

Somos responsáveis pela direção e estado emocional de nossas vidas. Apesar da ideia de tomarmos responsabilidade por nossos atos nos fazer tremer, ela também implica em maiores oportunidades, possibilidades e esperanças.

Se amigos caminharam em direções opostas é porque os dois não estavam prestando atenção. Não estavam se esforçando em focar um no outro. É lógico que as direções opostas são o resultado de anos de indiferença ou preocupações, ou foco na construção da carreira ou nos filhos ou inúmeras possibilidades mais.

Afortunadamente na maioria dos casos isso pode ser remediado, mesmo que tenham se passado muitos anos. Com um esforço sincero e interesse na mudança, os amigos assumem a responsabilidade de cada um no afastamento.

Não será fácil, ao contrário, vai ser um trabalho árduo, talvez precise da ajuda de um profissional, mas se os amigos compartilharem do mesmo objetivo de reativar seu relacionamento e amizade, isso pode ser feito.

Da mesma forma com o casal que diz que sente que o amor entre eles acabou. Mesmo a palavra “sentir” implica em um acidente. É bem provável que não tenha sido intencional, mas foi a consequência lógica da falta de atenção entre eles.

Um casamento precisa de esforço de ambas as partes. Uma atividade conjunta, uma jantar a dois, uma viagem de fim de semana, um passeio de mãos dadas…

A vida às vezes é bem complicada e não temos a energia para focarmos na relação, mas precisamos fazer o esforço e criar o tempo necessário.

Os mesmo princípios se aplicam à minha amiga. Se todos os seus dias são iguais, somente ela tem o poder de chacoalhar sua vida. Ela precisa de objetivos que tenham significado para que o seu empenho seja válido. Precisa de um planejamento. Precisa se assegurar que cada dia traga um aprendizado e um crescimento. Ë fácil cair fora e deixar que a vida passe escorregando de um dia para o outro, mas o resultado de tal procedimento leva à depressão.

Nos sentimos revigorados quando estamos conseguindo alcançar nossos objetivos, quando somos generosos e quando estamos desenvolvendo nossa parte espiritual.

Nos três casos acima as pessoas buscaram a maneira mais fácil de sair sem se responsabilizar.

Responsabilidade exige escolhas difíceis e trabalho duro.

Os resultados podem não depender de nós, mas as nossas escolhas, sim. Precisamos ganhar o controle sobre as nossas escolhas e vidas.

Precisamos assumir que somos nós os arquitetos, os engenheiros e os operários de nossas vidas.

Responsabilizar-se traz força!

Foto: Thinkstock

 

Debora Ganc é Terapeuta Sistêmica, Constelações Familiares, Constelações Empresariais. Gestalt e Programação Neurolinguística. www.terapiasistemica.com.br

Debora Ganc escreve às quartas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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