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Boas ações

por Debora Ganc

Na semana passada, precisei ir à R. 25 de março (uma rua em São Paulo onde a maioria dos comerciantes são árabes) fazer umas compras e resolvi também almoçar. Na fila do restaurante ouvi a mulher à minha frente pedir ao atendente:

– Quero um shwarma (um tipo de sanduíche, geralmente de carne de carneiro bem temperada, dentro de um pão sírio). O senhor poderia, por favor, esquentar o pão antes de colocar a carne dentro?

O rapaz que cuidava da churrasqueira respondeu:

– Não. O pão precisa ser esquentado depois que a carne está dentro, para se obter um melhor resultado.

A mulher retrucou:

– Eu não quero que você faça desta maneira. Então me faça o shwarma sem esquentar o pão.

E o churrasqueiro:

– Se a senhora quer um pão aquecido, vou esquentá-lo depois de colocar a carne dentro.

A mulher riu e exclamou:

– Isto é incrível, desisto!

Na mesma hora me lembrei de uma história parecida.

É sobre um pai que que perguntou a seu filho escoteiro, se havia praticado alguma boa ação naquele dia. O garoto disse:

– Sim, ajudei uma senhora de idade a atravessar a rua. E todo o meu grupo também ajudou.

– Como? – perguntou o pai curioso. Por que precisaram de 12 garotos? E o filho:

– Porque ela não queria atravessar!

Muitas vezes, praticamos atos de bondade pensando na recompensa ou em alguma vantagem futura, algum benefício pessoal. Outras vezes fazemos para o outro aquilo que achamos que é bom para nós. Nem sequer olhamos para quem está recebendo e achamos que estamos praticando uma boa ação.

Também temos a capacidade de tentar arrumar explicações e justificativas para os nossos atos. Nossos cérebros são muito obedientes, são ferramentas muito ponderosas.

Quer fazer uma experiência? Pergunte a seu cérebro:

– Cérebro, me dê 10 razões para assaltar um banco.

Ele lhe responderá:

(1) Pense em todo o bem que poderá fazer com o dinheiro!

(2) Ninguém sairá prejudicado, pois o banco tem seguro!

(3) Será emocionante, etc.

E se você pedir ao seu cérebro 10 razões para NÃO assaltar um banco, ele rapidamente responderá:

(1) Você provavelmente será pego!

(2) Irá para a cadeia.

(3) Envergonhará seus familiares.

(4) É errado!, e assim por diante.

Perceberam?

Precisamos estar conscientes das motivações por trás de nossas atitudes e ter certeza de que as boas ações estão sendo feitas pelas razões corretas. Seria bom ter a segurança de que aquele ato é bom para quem está recebendo, que é algo que a pessoa realmente deseja.

Pergunte-se: Por que estou fazendo isto? É o que ele/ela quer?

Se for, então, dê um pouquinho mais do que a pessoa pediu. Assim, estará praticando uma boa ação e construindo um elo de amor.

 

Debora Ganc é Terapeuta Sistêmica, Constelações Familiares, Constelações Empresariais. Gestalt e Programação Neurolinguística. Contato: deboraganc@terapiasistemica.com.br

Debora Ganc escreve às quartas-feiras aqui no Universo Jatobá.

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